Anel de Integração é nocivo à economia e à sociedade paranaenses e precisa ser revisto, diz presidente da entidade
As prisões de agentes públicos e executivos de todas as concessionárias que atuam no Anel de Integração, realizadas nesta quarta-feira (27) em mais uma fase da Operação Lava Jato, são mais uma constatação de que a sociedade paranaense paga um preço extremamente elevado para transitar em algumas das principais rodovias que cortam o estado. Uma situação que prejudica a competitividade do setor produtivo e da economia paranaense, como a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) vem alertando constantemente.
“Desde 2011, a atual gestão da Fiep sempre defendeu uma revisão no modelo de concessão, justamente porque uma série de ingerências havia distorcido os valores cobrados, penalizando as empresas e toda a sociedade”, afirma o presidente da entidade, Edson Campagnolo.
Ele lembra que, nesse período, a Fiep teve participação ativa em discussões sobre o assunto. Em 2013, por exemplo, técnicos da Federação apresentaram inúmeros subsídios sobre o impacto dos pedágios aos deputados que integravam uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia Legislativa. Em 2016, a entidade também participou de audiências públicas da Frente Parlamentar Contra a Prorrogação dos Contratos do Pedágio, defendendo que o atual modelo de concessão não fosse renovado.
Desde o ano passado, a Fiep encabeça um movimento para mobilizar a sociedade para que a elaboração de um novo modelo comece o quanto antes, a fim de que haja tempo hábil para que novas concessionárias assumam as rodovias ao final dos atuais contratos, em 2021.
“Estamos acompanhando essa ação da Lava Jato, que vem comprovando que o modelo adotado no Paraná é prejudicial para a economia e a sociedade, e precisa ser revisto”, diz Campagnolo. O presidente da Fiep afirma, no entanto, que o momento exige serenidade.
“Não podemos simplesmente zerar as tarifas nas praças de pedágio, pois isso pode causar uma grande insegurança jurídica. Apesar dos atos criminosos de agentes públicos e executivos de todas as concessionárias que estão sendo investigados, é preciso garantir pelo menos a manutenção das rodovias. Talvez a solução seja algum tipo de intervenção até o lançamento de um novo edital de concessão”, sugere.