Manifestações de domingo surpreenderam o Governo Federal

Foto: Charles Sholl/Futura Press/Estadão Conteúdo

A presidente Dilma Rousseff passou o domingo no Palácio da Alvorada e se reuniu com um grupo de ministros para definir a estratégia a ser adotada pelo Governo

Segundo cálculo da Polícia Militar dos estados onde
aconteceram manifestações contra a corrupção e pedindo o impeachment da
presidente Dilma neste domingo (13), cerca de 3,5 milhões de pessoas foram às
ruas protestar contra a classe política em todo o País e os atos bateram recorde
de público em comparação com os demais realizados desde o início do segundo
mandato da petista. O tamanho da manifestação, que surpreendeu o governo.

Dilma Rousseff passou o domingo no Palácio da Alvorada, em
Brasília, acompanhando as mobilizações e, ao longo da tarde, se reuniu com um
grupo de ministros para definir a estratégia a ser adotada para reagir às
manifestações.

Os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Edinho Silva
(Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo
Cardozo (Advocacia-Geral da União) fizeram um balanço do dia e discutiram com
Dilma os próximos passos do governo.

O Planalto já previa que os protestos do último domingo
poderiam ser maiores do que os últimos três, mas nunca na dimensão registrada
ontem. Por volta das 20h, a Presidência divulgou uma nota sucinta, de quatro
linhas, destacando o “caráter pacífico das manifestações”, que
demonstra a “maturidade de um País que sabe conviver com opiniões
divergentes e garantir respeito às leis e às instituições”. 

“A liberdade de manifestação é própria das democracias
e por todos deve ser respeitada”, diz o texto.

O Governo Federal teme que os atos fortaleçam o processo de
impeachment da presidente, que deve ser retomado pelo Congresso Nacional ainda
nesta semana.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já avisou a
parlamentares que a Casa pretende retomar o processo assim que o Supremo
Tribunal Federal (STF) concluir o julgamento sobre o rito do impeachment, o que
está previsto para acontecer na próxima quarta-feira (16).

Dilma se preocupa com o esfacelamento da base aliada, depois
do aviso prévio dado pelo PMDB ao governo. Na convenção nacional de sábado (12),
o partido definiu prazo de 30 dias para discutir o desembarque oficial da
gestão petista e a entrega de cargos. Até lá, peemedebistas ficam impedidos de
assumir novos postos no governo federal.

Pacto

Em conversas reservadas, interlocutores da presidente Dilma
dizem que é preciso viabilizar um pacto nacional para o País sair da crise, mas
ainda não conseguem definir os próximos passos a serem dados nesse sentido.

“A situação é muito difícil”, disse um
ministro ao jornal O Estado de S. Paulo. “Os problemas não são poucos e
matamos muitos leões por dia. Mas achamos que nem todos os caminhos estão
interrompidos”, analisou. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.

14 mar 2016, às 00h00.
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