O ex-governador do Paraná e os outros investigados na Operação Rádio Patrulha são acusados de fazer parte de um esquema de pagamento de propina e direcionamento de licitações
O Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) denunciou, à 13ª Vara Criminal da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, na tarde desta terça-feira (25) o ex-governador Beto Richa (PSDB) e outras 12 pessoas investigadas pela Operação Rádio Patrulha. A ex-primeira dama Fernanda Richa não consta no documento.
Todos são acusados de fazer parte de um esquema de pagamento de propina e direcionamento de licitações de empresas durante o programa ‘Patrulha do Campo’. Administrado pelo governo estadual, o programa era responsável por obras de conservação das estradas rurais do Paraná. (Veja lista completa de nomes abaixo)
Suspeita de corrupção no Programa Patrulha do Campo
De acordo com Leonir Batisti, coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os outros acusados ou fazem parte do núcleo político do ex-governador ou são empresários e advogados. “Essas pessoas foram denunciadas por corrupção ativa e passiva, por fraude a licitação e também por outra situação de corrupção ativa e passiva” disse durante coletiva de imprensa.
“Num primeiro momento, houve um ajuste e a procura de empresários a pessoas do governo para que fosse lançada a licitação. E para que fosse lançada a licitação houve então a promessa e a aceitação de uma propina que seria paga pelas empresas que estavam já combinadas para participar e vencer a licitação. Depois da licitação, com os problemas dela decorrentes e com a demora, principalmente, para a liberação de ordens de serviço. Isto é, para a liberação de pagamentos, com alguns obstáculos de natureza legal, apontados inclusive pelos procuradores que atuavam no caso, houve novas reuniões e novas ofertas e até mesmo o pagamento das propinas que nós evidenciamos”, explicou o Batisti sobre as duas situações de corrupção.
Confira quem são os outros indiciados:
José Richa Filho, o Pepe Richa, irmão de Richa e ex-secretário de Infraestrutura
Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto
Luiz Abi Antoun, primo de Beto
Ezequias Moreira Rodrigues, ex-secretário de cerimonial de Beto Richa
Aldair Wanderley Petry,
Edson Luiz Casagrande, ex-secretário de Assuntos Estratégicos de Richa
Joel Malucelli, empresário da J.Malucelli
Celso Antônio Frare, empresário da Ouro Verde
Túlio Marcelo Dening Bandeira, advogado
André Felipe Denig Bandeira,
Emerson Savanhago, empresário
Robison Savanhago, empresário
Operação Rádio Patrulha
Beto e Fernanda Richa foram presos, na manhã de 11 de setembro, quando foram surpreendidos em seu apartamento por agentes do Gaeco. Os outros acusados também foram detidos durante a operação, com exceção de Joel Malucelli que estava no exterior e se entregou no dia 14.
Após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus a todos o envolvidos, eles deixaram a prisão na madrugada do dia 15 de setembro. Apenas Deonilson Roldo permanece preso porque também foi denunciado na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro em contratos para a duplicação da PR-323.