O Secretário da Fazenda do Paraná, Renê Garcia Júnior, e o Procurador de Justiça, Maurício Kalache, participaram nesta quinta-feira (26) do programa RIC Mais Notícias, na rádio Jovem Pan. Nos estúdios, os representantes foram entrevistados, pelos jornalistas Marc Sousa e Terribas, e comentaram sobre administração pública, salário, reforma da Previdência e também sobre um seminário que acontece nesta sexta-feira (27), em Curitiba.

“Talvez eles estejam vivendo em outro planeta” destaca Secretário sobre sindicatosAo apresentar o cenário atual da economia brasileira, o Secretário da Fazenda do Paraná comentou que a situação é delicada, o que compromete, na maioria dos estados, a possibilidade de investimentos por parte dos administradores públicos. Renê Garcia Júnior classificou o Paraná como em uma situação um pouco melhor, porém, alertou que o clima é sempre tenso.

“Existem estados em que praticamente 100% do orçamento é dedicado para pagamento de pessoal e muitas vezes a participação do legislativo supera a dos ativos. Aí criou um sistema que é potencialmente destrutivo para o Estado. O Paraná ainda está na fase final, no limite, na questão do regime da Lei de Responsabilidade Fiscal prudencial […] Se comparado com o Brasil estamos um pouco melhor”, contou o Secretário.

Renê Garcia Júnior comentou que o país está estagnado e ao ser perguntado sobre as afirmações dos sindicatos que o governo estadual possui dinheiro em caixa, foi enfático. “Os sindicatos têm um visão particular do mundo, talvez eles estejam vivendo em outro planeta. Porque você olha para o Brasil, olha para situação dos nossos estados vizinhos e não é nada confortável. Eles confundem pequenos movimentos de curto prazo com consistência”, declarou.

Secretário da Fazenda comenta investigação de salários acima do teto

O Secretário da Fazenda destacou que o trabalho é realizado com base em números. Sobre, possíveis ‘Marajás’ – pessoas de poder e influência – com salários no Paraná acima do teto, Renê Júnior destacou que todos os casos estão sendo investigados.

“Nós estamos fazendo um trabalho de levantamento bastante rigoroso e bastante criterioso para identificar esses eventuais. Apontaram inicialmente que existem algumas categorias, ou algumas atividades, ou alguma classe, que os salários têm valores e percebem remuneração acima do teto. Está sendo feita uma análise para identificar qual a natureza específica dessa remuneração e o que fazer para consertá-los”, comentou o Secretário, que chegou a citar professores universitários.

Procurador de Justiça comenta falta de conhecimento de administradores públicos

Questionado sobre a reclamação de alguns administradores públicos, incluindo prefeitos e governadores, sobre a interferência do Ministério Público (MP) nas gestões, Maurício Kalache comentou que é necessário conhecimento sobre políticas públicas.

mauricio kaluche

Maurício Kaluche (FOTO: REPRODUÇÃO/ RIC)

“Às vezes existe um equívoco por parte do administrador, que não reconhece que algumas políticas públicas já estão pré definidas em lei. Lhe cabe organizar os recursos e os meios para organizar aquelas políticas públicas. Não se trata de uma interferência indevida, mas apenas a necessidade de se observar alguns compromissos que a própria gestão e o seu poder legislativo assumiu ao desenhar, ao moldar, futuras decisões de governo”, declarou Kalache.

O Procurador também comentou sobre a declaração polêmica do Deputado Estadual Luiz Carlos Martins, que questionou o achatamento dos ganhos dos parlamentares. “Não é possível que alguém possa reclamar diante da situação econômica que o país se encontra”, em referência ao salário de R$ 25,3 mil do funcionário público.

Confira a entrevista completa:

26 set 2019, às 00h00.
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