A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) trabalha nesta quinta-feira (27) em um plano emergencial para recuperar as estruturas danificadas pela tempestade que atingiu o Litoral do Estado na quarta-feira (26). Parte da cobertura do silo público de granéis (Silão) foi arrancada; no cais, o armazém 12 teve parte do telhado danificado; e, no pátio de triagem, a nova portaria ficou parcialmente destruída.
De acordo com o meteorologista do Simepar, Reinaldo Olmar Kneib, em Paranaguá os ventos chegaram a 114 quilômetros por hora. A explicação é a passagem rápida de uma tempestade que se iniciou na região de Curitiba. Ao encontrar no litoral do Estado o bolsão de ar quente – provocado pelo calor intenso que chegou a 40ºC no município – fez com que os ventos se intensificassem e atingissem grandes proporções, provocando inúmeros estragos em Paranaguá, Antonina, Morretes e outras cidades litorâneas.
“Por sorte não tivemos pessoas feridas. Agora o trabalho será intenso para que os produtos ainda armazenados no silo e nos armazéns atingidos não sejam danificados. Recuperar com rapidez a estrutura do pátio de triagem também é essencial, para atender a demanda de caminhões que promete ser alta já no início do ano”, afirma o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino.
Segundo Dividino, a diretoria técnica da Appa está concluindo os trabalhos de avaliação e quantificação dos danos. “Além disso, já estamos fazendo os orçamentos para contratar, em caráter emergencial, a empresa para executar a reconstrução das estruturas e evitar, assim, maiores prejuízos”, conclui o superintendente.
ESTRAGOS – De acordo com o diretor-técnico Paulinho Dalmaz, no pátio de triagem, os novos prédio administrativo e guichês de acesso, que estavam prontos para começar a serem usados, foram bastante danificados pelos ventos. A estrutura de placas de alumínio em arco, de quase 80 metros de comprimento, que compunha a cobertura da nova portaria foi completamente arrancada e retorcida pelo vento. As placas, de 12 metros de largura, voaram e acabaram atingindo o telhado das instalações dos operadores portuários que atuam no pátio.
Ainda no local, o prédio administrativo da Appa e os guichês antigos também sofreram avarias. Um caminhão que entrava, no momento da tempestade, foi parcialmente atingido por uma das placas da cobertura da portaria nova que voou. Além disso, algumas cantinas foram destelhadas e uma delas chegou a ser atingida por uma árvore, derrubada pela força do vento. Apesar da gravidade dos estragos, ninguém ficou ferido.
Próximo ao pátio de veículos, arrendado pela Volkswagen, chapas do telhado da subestação da Copel, que atende o Porto de Paranaguá, foram arrancadas. Próximo ao local, no Silão (silo vertical da Appa, de cem mil toneladas), os danos foram de grande monta. As chapas de metal do telhado foram arrancadas pelo vento e lançadas sobre o telhado das moegas de recepção e correias.
No cais, o silo horizontal (AZ-07B), que armazena farelo de soja, também teve parte da cobertura danificada. Outros armazéns – 06C e 06D – onde funcionam algumas divisões da Appa, tiveram telhas arrancadas. “Estamos concluindo o plano emergencial para esta situação. Ainda não podemos avaliar de quanto foi, mas o prejuízo não foi pequeno”, comenta o diretor.