“Diz que é cidade de primeiro mundo”, desabafa mulher sobre UPAs de Curitiba

por Guilherme Becker
com informações de Marcelo Borges, da RICtv
Publicado em 12 abr 2024, às 09h03.
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O caos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba gera revolta em pacientes e familiares que aguardam por uma consulta. Entre a noite desta quinta (11) e a madrugada de sexta (12), novamente as unidades médicas tiveram superlotação e longas filas. A recepção e até a parte externa dos estabelecimentos ficaram lotadas.

A irmã de uma paciente, que aguarda durante horas o atendimento em uma UPA de Curitiba, desabafou sobre a qualidade da saúde pública da capital. A mulher relatou que a familiar necessita de cuidados especiais, porém, compartilha da lotação e falta de estrutura.

“Minha irmã está sentada em uma cadeira com muita dor no corpo. Em fase terminal, ela chega a estar amarela, faz muitos dias que ela não se alimenta. Um médico joga para o outro. É triste ver uma coisa dessa. Não é assim, é um ser humano, ainda tem vida ali, a última palavra é de Deus, não é do médico […] Diz que é cidade do primeiro mundo, Curitiba, mas não tem uma saúde que presta, cadê a saúde pública? Está nota zero isso daqui!”, desabafou a mulher que aguardava atendimento da irmã.

Uma outra paciente, da UPA do Boa Vista, contou que aguardou cerca de 10 horas para atendimento nesta quinta (11). Com crise renal, a jovem contou que foi colocada em uma cadeira plástica, sem estrutura.

“Uma dor horrível e mesmo passando pela emergência, demora muito. Tudo cheio lá dentro, todas as salas cheias, sala de medicação cheia, a gente tem que ficar sentado naquelas cadeirinhas”, desabafou Letícia após 10 horas para o atendimento.

Mudanças no atendimento das UPAs em Curitiba

Nesta quinta-feira (11), a secretária municipal de Saúde, Beatriz Battistella Nadas, informou que a Prefeitura já iniciou um plano de contingência devido a sobrecarga e alta demanda nas Unidade de Pronto Atendimento e hospitais.

De acordo com Beatriz, a alta dos atendimentos se deve a quadros respiratórios e de dengue (30%), e também de glicemia, AVC e cardíaco, por exemplo (70%). Para ela, o tempo mais longo no atendimento de pacientes com suspeita de dengue pode estar aumentando o fluxo. Outro fator são a alta de cerca de 10% nas vítimas de acidentes de trânsito, segundo levantamento do Corpo de Bombeiros, no 1º trimestre de 2024 com relação ao mesmo período do ano passado.

Conforme a secretária, a Prefeitura está reorganizando os fluxos de atendimento. “O atendimento ao paciente com suspeita de dengue ele causa maior tempo de atendimento e isso reflete no tempo de espera”, disse ela. Beatriz ressaltou que a equipe busca a “espera segura” e precisa identificar qual paciente “não pode esperar”.

Para agilizar o atendimento, as unidades de saúde Boa Vista e Cajuru terão tendas que começam a funcionar nos próximos dias. “Não são a maioria dos casos ainda, isso pode vir a acontecer na evolução das próximas semanas, em razão das mudanças climáticas, mas este fluxo de Covid, respiratório e dengue ficam para as tendas no bairro Cajuru e Boa Vista.

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