Vacinas de inverno vão muito além da Influenza

por Carol Machado
da equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 18 jun 2020, às 11h06.

A chegada do inverno no próximo sábado (20), reacende a preocupação com as doenças respiratórias e alergias, características desta época do ano. Muito além da gripe, a meningite e a pneumonia também despertam a atenção, visto que tendem a se propagar com maior facilidade nos dias frios. Por isso as vacinas de inverno são extremamente importantes.

Embora o distanciamento e isolamento social, exigidos por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus, ajudem a evitar aglomerações e consequentemente a transmissão dessas doenças, a vacinação também se faz fundamental para a maior proteção. Em tempos da COVID-19, ainda mais.

Segundo Jaime Rocha, médico infectologista responsável pela Unimed Laboratório, as vacinas nunca se fizeram tão importantes como na atualidade.

“Muito além da prevenção individual, ao se vacinar, a pessoa também ajuda toda a comunidade a diminuir os casos de determinadas doenças, especialmente em um momento tão delicado como o provocado pela pandemia”, explica.

A imunização tem como objetivo estimular o corpo na produção de respostas imunológicas que protegem a determinadas doenças. O médico explica que, quanto maior a prevenção, menor a chance de casos mais graves.

“O momento é delicado e quanto mais nos cuidarmos, menores são as chances de complicações e possíveis internamentos. Vale lembrar que é essencial atentarmos a estes pontos, principalmente agora, durante a pandemia”.

Rocha reforça que algumas atitudes básicas, como vacinar familiares e pessoas próximas, lavar as mãos com água e sabão, uso do álcool em gel 70%, evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies, usar lenços de papel descartável, adotar a etiqueta respiratória (cobrindo nariz e boca ao tossir ou espirrar), arejar ambientes e evitar aglomerações são essenciais para a prevenção das doenças de inverno. Ele também listou quais as vacinas mais importantes para a entrada da próxima estação, a mais fria do ano. Confira:

  • Pneumocócica – comum à época mais fria do ano, a pneumonia é uma infecção no trato respiratório que pode se espalhar para o sangue e se alojar nos pulmões.

    Apesar de ser uma doença diferente da gripe, a pneumonia acaba sendo a complicação mais comum dela. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), crianças de dois meses a seis anos devem tomar a VPC 10 ou 13. As maiores de seis anos, adolescentes e adultos portadores de doenças crônicas, recomenda-se esquema com as vacinas VPC13 e VPP23.

    Para maiores de 50 anos e, sobretudo, para maiores de 60, recomenda-se esquema com as vacinas VPC13 e VPP23. O infectologista da Unimed Laboratório lembra que pessoas que fumam, têm doenças crônicas, respiratórias, cardíacas, doenças associadas ao diabetes e idosos têm mais riscos de contrair pneumonia e a vacinação é o melhor meio de prevenção.
  • Meningites – as meningites e infecções generalizadas (doenças meningocócicas) são causadas pelas bactérias meningococos. A doença pode atingir bebês, crianças, adolescentes e adultos, sendo os menores de cinco anos os mais vulneráveis.

    Para prevenção, deve ser tomada a vacina meningo B. Também há a vacina meningocócica C conjugada, que previne doenças causadas pelo meningococo C (incluindo meningite e meningococcemia), também disponível na rede pública de saúde.

    Além da meningocócica conjugada quadrivalente — ACWY, que previne as doenças causadas pela bactéria meningococo dos tipos A, C, W e Y, e a meningite por Hib, que atua na prevenção das doenças causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b, principalmente meningite.

    Elas são indicadas para crianças e adolescentes, conforme recomendações das sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e Imunizações (SBIm). Também recomendadas para adultos com até 50 anos, dependendo de risco epidemiológico e para pessoas de qualquer idade com diagnósticos que aumentem o risco para a doença meningocócica.

    A Meningite por Hib também é indicada para quem passou por transplante de órgão ou medula óssea ou passou por tratamento quimioterápico.
  • Tríplice e tetra viral – ambas protegem contra doenças como o sarampo, caxumba e rubéola. A tetra, também tem a proteção contra varicela. São indicadas para adultos e crianças, especialmente neste momento, em que o Paraná volta a registrar casos de sarampo.

    Segundo o último boletim da Secretaria de Estado da Saúde, são 1.165 casos confirmados desde agosto de 2019. A cidade de Curitiba concentra a maior parte dos registros. A faixa de idade dos pacientes está entre 20 e 29 anos.
  • Influenza – muito comum nesta época, a gripe (ou influenza) é causada por um vírus que pode afetar a todos e gerar complicações mais graves, como a pneumonia.

    Para minimizar a incidência da doença, uma opção é a vacinação quadrivalente, que previne contra quatro tipos de vírus da gripe. Ela pode ser aplicada em qualquer pessoa a partir dos seis meses de idade.

    Segundo Jaime Rocha, ela deve ser tomada anualmente, pois o vírus da gripe é mutante e a proteção proporcionada pela vacinação tem duração de um ano.

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