Advogada de Curitiba suspeita de golpes de R$ 200 mil culpa funcionárias e diz que vai pagar

Uma advogada de Curitiba, suspeita de aplicar golpes de R$ 200 mil em clientes, afirmou nesta quinta-feira (23) ao Balanço Geral, da RICtv, que a culpa para o não pagamento de valores de ações a clientes é de duas funcionárias do escritório. Marcia Eneida Bueno disse que vai pagar o que deve.

Na entrevista, ela preferiu não mostrar o rosto justificando que a repercussão do caso deixou a família preocupada. Na quinta-feira (16), a RICtv mostrou que um empresário da capital descobriu que levou um golpe de mais de R$ 130 mil da advogada, que foi excluída do quadro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Segundo o empresário, a mulher moveu uma ação contra um antigo cliente, a pedido dele, mas acabou ficando sem o dinheiro da reparação de danos ordenada pela Justiça.

Conforme a advogada, ela descobriu o problema com as funcionárias em 2019. “Quando eu estava fora do escritório, recebi uma visita de um cliente informando que não havia recebido. Fomos verificar, ele levou extratos de banco comprovando, e daí foi feito esse levantamento”, disse.

Ela já chegou a ficar presa alguns dias, mas afirmou que isso não tem ligação com o caso envolvendo os clientes. Outros boletins de ocorrência, além do empresário, estão sendo feitos contra ela em delegacias.

“[A culpa é de] duas funcionárias, uma num período anterior, e a mais nova, que ficavam sob a responsabilidade de fazer esses repasses. Houveram muitos casos que não chegaram ao conhecimento, em vista de alguns períodos que eu passava fora do escritório. Então, foi essa situação, as pessoas não tinham conhecimento desse fato, que tem há algum tempo essa investigação paralela [sobre as funcionárias]”,

afirmou a advogada.

Marcia atuou como advogada por 20 anos e garantiu que nunca tinha passado por situação semelhante. Ela disse que já chegou a vender imóveis que tinha para saldar as dívidas do escritório. Marcia contou também que um advogado dela está fazendo um levantamento sobre os problemas com clientes. Segundo ela, a dívida atualmente está em mais de R$ 200 mil – e pode ser ainda maior.

“O advogado pretende, em dois meses, ter todo o levantamento. Fazer contato com as pessoas e ressarcir todos esses danos”,

garantiu.

Sobre o fato de ter sido excluída do quadro da OAB, ela afirmou que não recebeu as notificações sobre as quatro representações contra ela e que, por isso, nunca conseguiu se defender. “Correram à revelia, não tive acesso às primeiras suspensões que geraram a exclusão. Foi tomado providência para retornar ao quadro normal”, disse.