Advogado de irmãos policiais que foram presos no Litoral diz que provas são ilegais
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apreendeu computadores, celulares, HDs e pendrives durante uma nova fase da operação que prendeu dois irmãos gêmeos, policiais miliares suspeitos vários crimes em Guaratuba, no Litoral do Paraná. A ação aconteceu na última sexta-feira (7). Nesta sexta-feira (14), o advogado de Ricardo e Rodrigo Chiarello Marquesi falou pela primeira vez com a RICtv e afirmou que não havia motivos para a prisão dos PMs.
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Os irmãos Marquesi são suspeitos por abuso de autoridade, fraude processual, peculato e porte ilegal de armas e drogas. Segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, as apreensões desta segunda fase foram necessárias para “melhor esclarecer se havia uma responsabilidade pessoal maior ou menor de algum outro policial, ou se essa responsabilidade se limitava aqueles dois policiais”. Além dos equipamentos, já foram apreendidas armas, drogas e munições em agosto, no momento da prisão dos suspeitos.
“No cumprimento dos mandados na casa dos mesmos, foram encontrados em esconderijos armas e munições ilegais. Também foi encontrada a quantia de R$ 70 mil em espécie e cheques que ainda estamos verificando a verdadeira correlação, enfim, de estar ali, que era um cheque de R$ 205 mil”, detalhou Batisti. Nas unidades da Polícia Militar em que os policiais atuavam, foram encontradas armas e munições, todas em situações não explicada, segundo o coordenador do Gaeco. Em um carro, o Gaeco também encontrou armas e drogas, que estariam em posse dos suspeitos.
No entanto, a defesa dos policiais, o advogado Eduardo Milton, afirmou que algumas provas são ilegais e que não havia motivos para as prisões. Os policiais militares foram detidos no dia 30 de agosto e seguem presos. Sobre o dinheiro encontrado nas residências dos irmãos gêmeos, Milton afirmou que as quantias já foram explicadas.
“Esse cheque de R$ 205 mil já foi esclarecido. Um comerciante da região que estava viajando, amigo do Sargento Ricardo, disse para ele ‘paga um fornecedor para mim a hora que chegar’. Todo mundo sabe ali em Guaratuba que o pai destes meninos tem um barco de passeio. Ele recebe valores em dinheiro que estão guardados, isso está declarado, está em imposto de renda”, argumentou.
Sobre as drogas encontradas, a defesa afirmou que não tem relação com os PMs. “Ainda, com relação a droga, essa droga foi achada em um veículo apreendido dentro da Companhia, que não tem nada a ver com estar na casa do sargento Marquesi, do sargento Rodrigo”, justificou o advogado. “Encontradas na casa do Rodrigo munições, encontradas sim na casa do Ricardo munições e a arma, que ainda não temos o laudo se funciona. Tendo em vista que neste caso não é um crime militar, tendo em vista que é um crime comum, esta prova é ilegal. Então a defesa não fala de prova ilegal.”
Segundo Milton, as prisões dos dois irmãos estão abalando o combate ao crime no Litoral por parte da Polícia Militar. “Esta prisão está servindo ao crime organizado que hoje está solto em Guaratuba, está solto no Litoral, porque estes homens que combatiam estão presos”, declarou o advogado Eduardo Milton.