Briga entre as torcidas do Palmeiras e Coritiba foi planejada, diz PM
O confronto entre as torcidas do Palmeiras e do Coritiba, ocorrida no estádio Couto Pereira, em Curitiba, no domingo (12), foi planejada. A afirmação é do coronel Rodrigo de Mauro, comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar, que ainda responsabilizou o Palmeiras por não ter informado a quantidade de ônibus que viriam a Curitiba, já que a confusão ocorreu justamente nos veículo que não tinham escolta da PM.
O comandante nega que houve erro na logística, já que não se sabia previamente sobre os ônibus. E que foi a PM quem descobriu que seriam quatro veículos e organizou a escolta deles. No entanto, dois ônibus a mais foram para a capital, sem o acompanhamento da PM.
Foram os torcedores que estavam nestes dois ônibus que se envolveram no confronto, segundo o comandante. Eles chegaram no final do primeiro tempo e pararam na barreira policial, local em que a briga começou. Ainda conforme o comandante, foram os torcedores do Coritiba que estavam para fora do estádio que brigaram com os palmeirenses. Os torcedores que estava dentro tentaram sair, mas foram impedidos.
Nota do Coritiba
Em nota divulgada nesta segunda, o Coritiba Foot Ball Club declarou que “lamenta e repudia o ocorrido”.
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Leia a nota da íntegra:
“O Coritiba Foot Ball Club lamenta e repudia o ocorrido nas imediações do Estádio Couto Pereira, na noite deste domingo (12), durante a partida entre o Coritiba e Palmeiras, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Conforme informações das autoridades policiais, os fatos aconteceram integralmente fora do estádio, quando torcedores de uma das torcidas organizadas do Palmeiras tentaram invadir as dependências do Couto Pereira, com o jogo já no segundo tempo. Para dispersar os torcedores, a Polícia Militar precisou se valer do uso de spray de pimenta que acabou, por consequência, sendo percebido dentro do estádio. O clube manifesta sua total reprovação e lamenta profundamente os fatos ocorridos e a crescente escalada da violência entre torcidas organizadas em várias cidades pelo país. Dentro do estádio o Coritiba garantiu a segurança de todos os torcedores de Coritiba e Palmeiras”.
Nota do MP-PR
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) também se manifestou, defendendo a adoção de torcida organizada única nos estádios, alegando que a medida diminuíria a violência. O órgão ainda afirmou que membros de torcidas organizadas que promovem brigas “não podem ser considerados torcedores”.
Confira a nota na íntegra:
O Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa ao Consumidor de Curitiba, tem sustentado há tempos a necessidade de adoção de torcida organizada única nos estádios. Há alguns anos, o MPPR propôs a adoção desse sistema, e um projeto-piloto nesse sentido foi adotado pelo Clube Athletico Paranaense, com ótimos resultados – houve diminuição de todos os índices de violência, tanto no estádio quanto fora dele. No entendimento do Ministério Público, essa seria a melhor solução, talvez a única efetivamente ao alcance para a redução imediata da violência relacionada aos jogos de futebol.
É evidente que a violência não ocorre apenas e nem principalmente dentro dos estádios, ela se dá especialmente no entorno e nos locais designados pelas próprias torcidas organizadas para os confrontos. Esses membros de torcidas organizadas que promovem tais atitudes não podem ser considerados torcedores, já que são torcedores aquelas pessoas que vão ao estádio apoiar o seu time. Quem promove e agenda confrontos fora do estádio não está interessado no jogo e no seu time. O MPPR sustenta que, enquanto as torcidas organizadas continuarem a desrespeitar os times, a população em geral e a cidade onde os jogos ocorrem, os próprios clubes mandantes já poderiam tomar providências para impedir a entrada das organizadas visitantes.
Convém ressaltar que o Estatuto do Torcedor não proíbe a realização de partidas apenas com a torcida organizada do time mandante – a exigência do Estatuto é de que o torcedor visitante possa comprar ingresso e entrar no estádio. Não há, inclusive, qualquer determinação para que seja separado um espaço específico para os torcedores visitantes.
Dada a situação atual, o MPPR apoia, assim como tem feito há anos, a proposta de jogos sem torcida organizada do time visitante – e continuará apoiando enquanto perdurar o atual quadro de violência. Os próprios clubes da capital têm sido receptivos a essa proposta, havendo inclusive solicitado em algumas ocasiões a realização de jogos sem torcida organizada do time visitante, o que na prática resulta em grande redução dos atos de violência.
Por essa proposta, os torcedores do time visitante continuarão tendo o direito que lhe é assegurado de comprar ingresso e assistir aos jogos, mas sem ocupar um espaço específico destinado a eles e sem entrar no estádio com a camisa do time visitante”.