Dupla raptada por falsos policiais em Colombo é suspeita de estar envolvida com agiotagem

por Mônica Ferreira
com informações de Tiago Silva, da RICtv
Publicado em 19 jul 2022, às 15h44.

Uma das linhas de investigação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) sobre o suposto sequestro de Silas de Souza e Nelson da Silva Almeida aponta que a dupla levada por falsos policiais teria envolvimento com agiotagem – prática de emprestar dinheiro e cobrar juros superiores ao que a lei permite. As vítimas foram raptadas no bairro Jardim das Graças, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Silas de Souza, de 37 anos, e Nelson da Silva Almeida, de 25 anos, foram levados à força na madrugada deste sábado (16). De acordo com Ana Rosa, mãe de Silas, o caso aconteceu por volta das 5h20. Os falsos agentes teriam invadido a casa, arrebentado a porta a chutes e mandado a mãe se afastar. Imagens de uma câmera de vigilância, que estão sendo analisadas pela polícia, mostram que a dupla foi levada por um carro na cor preta.

De acordo com informações apuradas pela RICtv, Silas de Souza se envolveu recentemente em um acidente de trânsito e recebeu um ressarcimento do seguro por conta disso. O rapaz também decidiu vender uma motocicleta avaliada em R$20 mil e arrecadou aproximadamente R$50 mil. A partir disso, a suspeita é que Silas tenha começado a emprestar dinheiro para os moradores da região, praticando agiotagem.

Outros envolvidos com a prática teriam se unido a Silas e entregaram cerca de R$100 mil para que ele pudesse negociar com a população de Colombo.

Na sexta-feira (15), véspera do desaparecimento da dupla, Silas teria ligado e ameaçado um de seus clientes. Nelson, que também foi capturado pelos supostos policiais, é suspeito de trabalhar com Silas nestas cobranças, intimidando aqueles que não pagassem.

“Emprestava sim, recebia e cobrava juros. Só que ele não oferecia, todo mundo emprestava dele. […] Eu não sei de nada. Ele tinha uma vivência boa com todo mundo. Não sei se teve problemas com alguém de fora, eu não sei de nada”,

disse Ana Rosa.

A PCPR ouviu os familiares das vítimas. No momento, todos estão apreensivos com a falta de informações. “Até agora nada. Quatro dias já e meu Deus do céu, não sei nem o que que eu faço”, disse a esposa de Nelson.

“Quem tiver com ele que solte ele, manda ele vir para casa, não faça nada com ele que eu não aguento mais”,

desabafou a esposa.

Nelson tem passagem pela polícia por receptação. Ele teria comprado um carro que foi furtado.

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