Ex-PMs são presos suspeitos de torturar e matar colega em Almirante Tamandaré
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu três suspeitos de envolvimento no assassinato do ex-policial militar Hélio Mauricio Bento, de 44 anos, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Dois deles eram policiais militares, mas foram expulsos da corporação. O terceiro foi policial da reserva e terminou por também ser expulso.
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Segundo as investigações, a vítima fazia parte de uma quadrilha de tráfico de drogas no município. A motivação para o crime teria sido um desentendimento entre o grupo, que teria planejado a execução de Hélio. De acordo com a polícia, a quadrilhava era responsável por comandar o tráfico de drogas em Almirante Tamandaré por aproximadamente 20 anos.
A vítima foi dada como desaparecida em 1º de julho, no bairro São Francisco, em Curitiba, após ter saído do seu apartamento. No dia 5 de julho, o corpo foi encontrado com marcas de violência e com um ferimento de tiro na cabeça.
De acordo com as investigações, Hélio seria responsável pelo repasse das drogas para Geraldo Ferraz dos Santos, suspeito de planejar o crime. Porém, Geraldo não estaria realizando os pagamentos corretamente e por isso a vítima o cobrava. Geraldo, não gostando dessa situação, teria planejado um encontro com Hélio para executá-lo. Como desculpa, teria dito que iria realizar o pagamento e que uma carga de 100 quilos de maconha precisava ser recebida e escondida.
Os dois se encontram em uma área de mata, em Almirante Tamandaré. Quando chegaram no local, Hélio foi recebido por outros dois homens que o espancaram e o executaram. Os suspeitos fizeram uma cova rasa, onde deixaram o corpo. A polícia conseguiu chegar até o cadáver devido à tornozeleira eletrônica usada pela vítima, por causa de uma condenação por tráfico de drogas.
Dos três envolvidos, um já foi preso no dia 30 de julho. Geraldo confessou o crime, mas não informou detalhes do assassinato. Para a polícia, foi ele que arquitetou o crime. Os outros dois, Juarez Silvestre Vieira e Jair Mauricio Vieira, que são irmãos, foram presos recentemente e ainda não foram ouvidos.
Um mês antes do crime, no dia 2 de junho, os três suspeitos haviam sido indicados para cargos comissionados na Prefeitura de Almirante Tamandaré. As ocupações eram direcionadas à segurança pública do município. Quando foram presos, os suspeitos foram exonerados. De acordo com a prefeitura, não houve nenhum pedido por antecedentes criminais dos envolvidos antes da admissão.
O que dizem as defesas dos ex-policiais
O advogado Nilton Ribeiro defende Juarez e Jair. Ele diz que acabou de assumir o processo e só deve ter acesso aos autos na quarta-feira (17). Mesmo assim, acompanhou a audiência de custódia dos dois irmãos e acredita que não há provas suficientes para manter a prisão temporária, ou para revertê-la em prisão preventiva. Desta forma, assim que ele conseguir analisar os autos, deverá pedir a revogação da prisão temporária.
“Os dois se dizem inocentes e surpresos com a situação. Existe um vídeo em que o Geraldo sai de carro com a vítima. Mas não tem nada que ligue o Jair e o Juarez ao crime”,
analisa a defesa.
O RIC Mais busca pelo advogado de Geraldo, para também ter o seu posicionamento.