'A gente vive com medo', desabafa mãe da adolescente morta pelo namorado em Sertanópolis
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Maria Aparecida Gallardini, mãe de Eduarda Karollaine, de 13 anos, que foi morta pelo namorado em Sertanópolis, no norte do Paraná, conversou com exclusividade com a equipe da RICtv Londrina. Em entrevista, a mulher contou que, desde o assassinato, no dia 4 de janeiro, vive com a dor da perda e o medo. Segundo ela, Sérgio Henrique da Silva, de 19 anos e autor do crime, fez ameaças de morte.
“É um lugar pequeno e a gente vive totalmente com medo. As ameaças dele na delegacia, onde eu vi ele lá de fora, foram muito desagradáveis para a gente […] nenhuma mãe queria que isso acontecesse. Se ele fez isso com ela tão fácil ele pode fazer com qualquer uma. Eu quero que a Justiça seja feita. Hoje, eu tô sem trabalhar, o meu marido anda doente, porque ele é pré-diabético e não vive bem. A gente vive em uma situação com medo porque vai saber o que pode acontecer. Até do serviço eu sai para não deixar ele sozinho e não ficar andando sozinha na rua.”
comenta a mãe de Eduarda.
Sonhos interrompidos
Maria disse que, desde o dia do crime, vive à base de remédios e contando com o apoio da família. “Ela não era só uma filha, era uma amiga, tudo para mim. Aonde estava uma estava a outra. Ele destruiu a família toda”, fala, emocionada, a mãe. Ela também comenta que não sai mais de casa, com medo das ameaças do jovem e da família dele. “Tô ficando presa na minha própria casa”, finaliza.
Eduarda tinha acabado de começar um curso profissionalizante e sonhava em abrir um salão de beleza com a mãe, como ela mesma conta. Junto do luto e das ameaças, Maria diz que ainda enfrenta o julgamento das pessoas nas redes sociais, em relação a ela e sua filha. A mãe comenta que as roupas curtas que a menina usava e a tatuagem em uma adolescente de 13 anos são o que mais têm gerado os comentários negativos.
“Muitas pessoas estão falando dela, que ela era uma menina de 13 anos que tinha uma tatuagem e perguntando cadê a família. Só que nem todo tempo a gente fica no pé do filho porque o filho também não vai ficar 24 horas debaixo do pé da gente. Eu acho que, para as pessoas julgarem eu e ela é fácil, agora eles têm que olhar o lado deles também para não ver se eles têm filho e se são perfeitos […] quero que eles parem com isso, pensem um pouco e sintam o que eu tô sentindo hoje. Uma mãe perder o filho da maneira que eu perdi ela, acho que nenhuma mãe queria.”
destaca Maria.
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Relembre o caso
Eduarda Karollaine Gallardini foi morta a facadas pelo namorado no dia 4 de janeiro, em Sertanópolis. O casal havia começado o relacionamento no dia anterior. Sérgio contou que assassou a jovem por ciúmes depois de ver a menina com outro garoto, segundo ele. O jovem foi até a casa de um tio pegar uma faca para matar o rapaz e a garota. A vítima seguiu o namorado para tentar acalmá-lo e foi esfaqueada até a morte, na Rua Olímpio Daniel, conforme apurado pela Polícia Militar.
Instantes antes do crime acontecer, Sérgio assumiu o relacionamento nas redes sociais. Depois do crime, o jovem ainda atualizou o status para “viúvo”. Foi o próprio rapaz que chamou a polícia e confessou o assassinato.
De acordo com informações colhidas no local, Eduarda morava em Bela Vista do Paraíso, na mesma região do Estado, mas estava em Sertanópolis, na casa do namorado. À RICtv, a mãe da menina disse não saber do namoro da filha muito menos que ela estava na cidade do rapaz. Por telefone, ela falou que a menina contou que estava na casa de uma amiga em Bela Vista do Paraíso. Cerca de duas horas depois, diz Maria, ela recebeu, por ligação, a notícia do assassinato da filha
Justiça
Sérgio já tinha passagens pela polícia e usava tornozeleira eletrônica, de acordo com informações da PM. O jovem está preso em Ibiporã e foi denunciado, pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), por feminicídio e estupro de vulnerável. Se a Justiça aceitar a acusação, ele irá para júri popular.