Estudante denuncia médico de órgão vinculado à UEL por assédio sexual

por Maria Eduarda Paloco
com revisão de Luciano Balarotti
Publicado em 22 fev 2023, às 15h37. Atualizado às 18h30.

Uma estudante de mestrado denunciou ter sido vítima de assédio e importunação sexual por um médico da Divisão de Assistência à Saúde da Comunidade (Dasc), que pertence ao Hospital Universitário (HU) e é um órgão vinculado à Universidade Estadual de Londrina (UEL). O caso foi registrado na semana passada, mas foi divulgado nesta quarta-feira (22).

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A vítima conta que foi à consulta com o ginecologista na última terça-feira (14) para tratar de escape menstrual e marcar o exame preventivo, porém o médico começou a falar sobre posições sexuais e a gesticular para demonstrar os movimentos. “Ele não falou nada sobre a minha preocupação inicial, ai ele começou a falar de posição sexual e a gesticular com a mão, fazia um vai e vem com a mão, começou a falar que homem gosta de pegar por trás”, explica a mestranda.

A aluna conta que ficou constrangida com as falas do profissiona. “Ele ainda falou que é importante chupar e que o melhor é a mulher chupar para deixar lubrificado, fazer cavalinho e depois fazer outras posições”. Ele ainda teria sugerido que ela fizesse exames na clínica particular do médico: “a primeira coisa que ele fez foi passar o número da clínica particular dele, começou a falar que o preventivo da UEL era mais simples e que era melhor eu fazer em um lugar melhor”.

De acordo com a jornalista, ela denunciou o caso na Delegacia da Mulher e na ouvidora da universidade. “Eu não me toquei na hora que era assédio”, explicou a aluna, que precisou contar com amigos e familiares para poder entender o que tinha acontecido. O Dasc pertence ao Hospital Universitário (HU), mas funciona no antigo Hospital das Clínicas, que fica dentro do Campus da universidade.

Após realizar a denúncia, a estudante publicou em um grupo de mulheres o ocorrido. Com isto, outras mulheres comentaram na publicação que também passaram por assédio sexual em consultas com o mesmo profissional.

O que a UEL diz sobre o caso?

De acordo com a UEL, a procuradoria jurídica da instituição aguarda o recebimento da denúncia oficializada junto à Ouvidoria, “Cabe à Procuradoria Jurídica, considerando o disposto no Estatuto e Regimento Interno, que preconiza as normas de conduta da comunidade universitária, no exercício das atividades, realizar o levantamento inicial dos fatos e checagem dos envolvidos para instrução do procedimento, que finalizado deve ser submetido ao Gabinete da Reitoria e, posteriormente, ao Conselho Universitário, órgão máximo da Universidade”, declarou em nota.

A equipe do Portal Ric Mais entrou em contato com a assessoria do Hospital Universitário e com o consultório do ginecologista denunciado, mas até o momento de fechamento desta matéria, não obtivemos respostas.