Flagrado em vídeo, homem justifica que agrediu ex-mulher por traição e abandono de filhos
O homem de 58 anos que foi filmado por câmeras de segurança, na última segunda-feira (9), agredindo a ex-mulher durante o expediente de trabalho, se apresentou na Delegacia de Ibiporã, no norte do Paraná, após a repercussão do caso e a possibilidade da Polícia Civil pedir a prisão preventiva.
Ele confirmou que prestou depoimento ao delegado Victor Dutra e deu detalhes sobre a motivação das agressões em frente aos filhos no consultório onde a mãe trabalha. Um inquérito foi aberto para apurar os crimes de ameaça e lesão corporal.
A mulher acusa o ex-marido de agressões durante o casamento por mais de 10 anos. “Desde de 2013, eu sofro agressões e me separei quando ele foi preso. Mesmo assim, continua me ameaçando. Ele já ficou de tornozeleira eletrônica por meses”, disse a mulher durante entrevista. A medida protetiva contra o ex-companheiro foi revogada em 8 de dezembro e ela garante que não teve conhecimento sobre o motivo da suspensão.
Nesta quinta-feira (12), ela será ouvida novamente pelo delegado, acompanhada de uma psicóloga, para que a Polícia Civil avalie o pedido de prisão preventiva contra o pai das crianças.
O homem acusa a mulher de ter um caso com o cunhado dele, de pedir dinheiro para um suposto tratamento e de abandonar os três filhos. Além dos dois meninos que aparecem no vídeo, o casal também tem uma filha de 5 anos, que teria sido levada pela mãe no dia 23 de dezembro, mas não foi devolvida ao pai, que teria a guarda das crianças.
“É um absurdo o que ela fez. Tem um caso e mentiu que estava em tratamento no Hospital Câncer, por um ano, quando não viu mais os filhos. Depois disso, pegou minha filha e agora deixa a menina com um namorado”, acusou.
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Ele alega que foi buscar uma chave no dia das agressões junto com os filhos e teria sido provocado pela mulher. Questionado se o suposto histórico justifica as agressões, ele respondeu que a mulher levou ele à falência, tirou todas as coisas da casa dele e era conivente com os maus tratos sofridos pelos filhos pelo meio-irmão adolescente, filho da vítima das agressões. “A paciência chega a um limite e ela monta em cima da Lei Maria da Penha”, declarou.
A advogada de defesa, Soraya Rocha Botega de Luca, afirmou que o inquérito vai esclarecer os fatos e que já oficiou o Conselho Tutelar, pois o pai não tem informações sobre a filha de 5 anos que foi levada no final do ano. Ela confirmou que a guarda das crianças está com o pai.
A mãe das crianças afirmou que fez o tratamento contra um câncer e diz não entender o motivo das acusações do ex-marido. Além disso, ela afirma que se preocupa com os filhos, apesar das divergências sobre a guarda das crianças. “Ele não tem nada a perder e meus filhos estão com ele. Meu medo é ele matar as crianças e depois se matar”, declarou a mulher.