Maníaco da Moto: após novas denúncias, número de vítimas sobe para 8

por Mayara Zeviani
Com supervisão de Renan Vallim
Publicado em 23 nov 2021, às 12h08.

Mais uma vítima reconheceu o homem preso no dia 17 deste mês, suspeito de vários crimes de estupro na cidade de Campo Mourão. A vítima, uma adolescente de 14 anos, compareceu nesta segunda-feira (22) à delegacia da 16º Subdivisão Policial e relatou o crime ocorrido em abril deste ano.

Segundo seu depoimento, ela teria saído para uma caminhada quando foi abordada pelo suspeito em uma motocicleta. Ele portava uma arma e, sob ameaça de morte, a obrigou a ir a um local ermo onde a forçou ao ato.

O homem, de 39 anos, foi preso no dia 17 deste mês em sua residência no Jardim Flórida após investigações da Polícia Civil chegarem até a motocicleta em uma construção civil. Após apuração do sistema de rastreio do veículo, foi constatado que ele esteve nos mesmos locais, dias e horários dos relatos de 3 denúncias de mulheres que teriam sido violentadas por ele.

Após a prisão, mais 2 mulheres reconheceram o homem como o estuprador, totalizando, até o momento, 8 vítimas do criminoso. Segundo a Polícia Civil, as vítimas apresentam certa semelhança, sendo mulheres morenas, com cabelos lisos e compridos. Os crimes aconteceram na região da Santa Casa e do Parque do Lago. A Polícia ressalta ainda, a importância das mulheres continuarem denunciando os casos.

Protesto

Integrantes de movimentos organizados femininos de Campo Mourão, na região Centro-Oeste do Estado, se concentraram na praça da catedral São José, no final da tarde de segunda-feira (22), para pedir maior segurança à mulheres da cidade e a implantação de uma rede de apoio integral para atendimento de vítimas da violência. As mulheres também querem que o Governo do Estado nomeie uma delegada do sexo feminino para dirigir a Delegacia da Mulher da cidade.

Na mobilização, nomeada como “Por Elas”, as mulheres seguravam várias faixas. Em uma delas, o texto apelava aos órgão públicos: “Poder Público: Olhai por nós Mulheres”. Após o ato, as mulheres lançaram uma carta aberta à autoridades estaduais e municipais pedindo a implantação da rede de apoio.

Rede de proteção

Campo Mourão não dispõe de uma rede atendimento integral às mulheres, vítimas da violência sexual. Nem mesmo mulheres que tem medidas restritivas emitidas pela Justiça podem contar com apoio psicológico. O município também não conta com uma casa abrigo para mulheres em situação de risco.