“Não sou escória, não sou lixo”, desabafa mulher em situação de rua estuprada por policial
A mulher de 50 anos que denunciou um policial militar por estupro, dentro de um mocó em Londrina, no último domingo (15), falou pela primeira vez sobre as acusações contra o PM, que chegou fardado ao local conhecido como “Mansão dos Nóias”.
Na quarta-feira (18), o policial foi preso preventivamente e permanece detido no 5º Batalhão da Polícia Militar. Uma câmera de segurança mostra o momento em que o PM fardado chega ao local com seu carro particular, logo após sair do plantão policial.
“Eu chorei bastante porque eu estou com 50 anos. Não é porque eu frequento aqui (mocó), que vivo aqui, que eu sou escória. Nós não somos lixos. Nós somos seres humanos. Pelo amor de Deus, como um policial faz isso com a gente”, afirmou a vítima do suposto estupro.
Ela ainda afirmou que o policial chegou armado no local, mas disse para as outras pessoas ficarem tranquilas. Conforme o relato da mulher, ele teria dito que “estava muito louco” e apontou para ela e disse: “você”.
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“Me pegou pelo cabelo, mandou eu fechar os olhos para não ver o nome dele (na farda). Puxando com muita força, ele perguntou se eu não tinha entendido, se ele tinha que desenhar ou me matar. Depois, tirou meu sutiã, arrebentou com muita força. Eu pedi para não me machucar e ele me virou de frente. Quando eu abri os olhos, ele cuspiu e me deu uma coronhada na perna. Depois que terminou de fazer tudo o que queria, ele pegou duas pedras de crack e jogou em cima de mim e disse: ‘noiada’, essa é sua paga”, afirmou a mulher.
O mandado de prisão preventiva foi cumprido pelo comandante do 5º Batalhão, tenente-coronel Nelson Villa, que afirmou que a própria polícia fiscaliza os policiais. “A PM está estarrecida com o fato que envolve esse policial, se é que se pode ser chamado assim. A Polícia fiscaliza os seus e não compactua com desvios”, declarou Villa.