Caso João Wesley: Perícia mostra que mãe da criança pesquisou sobre morte de Henry Borel

por Mônica Ferreira
com informações de Lucian Pichetti, da RICtv
Publicado em 23 fev 2022, às 17h03. Atualizado às 19h11.

Everton dos Santos, preso suspeito de participar da morte do próprio filho João Wesley de Lara, acusa Emilly Amanda de Lara Pereira, mãe do bebê, pelas agressões que teriam causado a morte da criança de apenas 10 meses.

Informações retiradas do celular de Emilly mostram que ela fez as seguintes pesquisas: “laudo do IML”, “Resultado laudo necropsia” e buscou sobre outro caso emblemático, a morte do menino Henry Borel.

A morte do pequeno João Wesley completa um ano no dia quatro de março. No dia 28 de fevereiro de 2021, o bebê teve uma convulsão enquanto tomava mamadeira e precisou ser internado no Hospital Evangélico de Curitiba. Dias depois, a equipe informou que a criança teve morte encefálica, apresentava sangramento na cabeça, hematomas pelo corpo, uma possível fratura no braço e fissuras anais.

De acordo com a reportagem da RICtv, Emilly alegou que seu filho teria sido machucado no hospital, porém, durante as investigações a mulher acusou Everton de cometer as agressões e disse que também era vítima do rapaz. Testemunhas foram ouvidas sobre o caso.

Indícios contra Emilly

Segundo Rodrigo Costa Machado, advogado de defesa de Everton dos Santos, existem indícios que a causa da morte de João Wesley pode ter sido a síndrome do bebê sacudido, quando a criança é chacoalhada com força suficiente para que o cérebro balance e bata na caixa craniana. O movimento causa um trauma brutal e hemorragia podendo levar a criança a óbito.

O advogado também comenta sobre as pesquisas feitas pela mãe da criança. “Um vereador está sendo acusado de ter matado o enteado e a mãe repentinamente mudou sua versão e começou a acusar o pai. Coincidência ou não, isso apareceu no laudo do celular da Emily, logo após o Everton ser preso ela passou a acusá-lo se colocando como vítima”, disse.

Cartas de amor

Ainda conforme a defesa de Everton, a mulher teria encaminhado para o homem, que já estava preso, cartas de amor logo após acusá-lo de ter causado a morte do filho.

“Todo mundo vai saber que você é o grande amor da minha vida. Comprei uns envelopes para você mandar uma carta. E por favor, eu imploro, não conte para sua avó nem para o seu advogado que te mandei essa carta, tá bom?”,

diz um trecho da carta.

“Everton, não entendo o porquê de tudo na nossa vida. Muita gente criticando, julgando, e, por favor, não acredite em tudo que te falam. Porque nem tudo é verdade. Eu quero me casar com você”, diz outro trecho.

O advogado do pai de João ainda disse que a carta de amor teria sido escrita por Emilly, no dia 7 de junho do ano passado, para ser entregue a Everton.

Relembre o caso

Na madrugada do dia 28, a mulher teria recebido uma ligação do marido dizendo que o filho tinha passado mal e precisava de atendimento médico.

O casal levou João até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tatuquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde ele chegou desacordado e deu entrada às 2h28. O relatório de uma enfermeira da unidade fala que o menino estava com um ferimento no rosto, no lábio superior. Ele foi transferido para o Hospital Evangélico por volta das 5h, onde foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Apesar dos esforços da equipe, o bebê não resistiu aos ferimentos e teve morte encefálica no dia 2 de março.

O laudo do IML também apontou que o menino tinha diversas fraturas pelo corpo, além de marcas de pancadas fortes que teria recebido na cabeça.

Everton foi preso no dia quatro de maio e Emilly teve o mandado de prisão expedido no dia 20 de maio por omissão diante dos maus-tratos cometidos pelo pai da vítima. Ela está em regime semiaberto.

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