Mãe suspeita de matar filha vai a julgamento nesta terça-feira (14)
Está marcado para a manhã desta terça-feira (14) o julgamento da mãe da pequena Georgia, de sete anos, que foi morta pelo padrasto em maio do ano passado, em Campina Grande do Sul. Suellen Tissi Barbosa está presa há mais de um ano e nega as acusações. O padrasto chegou a ser preso, mas morreu por causa de um câncer.
A expectativa é de que o julgamento, que acontecerá em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, dure de um a dois dias. Serão ouvidas oito pessoas, entre elas familiares da Suellen e da pequena Georgia, o médico legista, policiais militares, o delegado responsável pelo caso e a própria Suelen.
De acordo com a reportagem do Balanço Geral, o ex-companheiro de Suellen, Wanderlo Patric de Souza, confessou que deu um forte empurrão na enteada na noite de 11 de maio do ano passado. A menina teria caído no chão e batido a cabeça.
Entenda o caso
Ainda de acordo com a reportagem, Georgia foi levada até o Hospital Angelina Caron no fim da noite do dia 11 de maio. Segundo informações da médica que realizou o primeiro atendimento, ela estava nua, coberta apenas por uma jaqueta e tinha vários hematomas pelo corpo. Em um exame mais detalhado, os legistas encontraram uma lesão nas partes íntimas da menina, e a suspeita é que a menina tenha sofrido abuso sexual.
“A própria médica que diagnosticou ela logo no início já não poderia afirmar que essas supostas lesões em suas partes íntimas eram em relação aos abusos sexuais”, disse o advogado Luis Gustavo Janiszewski
Na época a equipe da RICtv conversou com o motorista de aplicativo que levou o casal e a criança para o Hospital Angelina Caron.
“Às 22h23 ele mandou o primeiro áudio desesperado pedindo socorro, aí ele mandou o segundo áudio pedindo socorro que a filha dele tinha caído e batido com a cabeça. Eu perguntei ‘é urgente?’ Porque eu estava em casa, aí ele falou que era urgente nos próximos áudios, bem apavorado”.
relatou o motorista.
“Oi cara, é urgente, cara, minha filha caiu aqui, acho que ela está inconsciente . Preciso urgente levar ela ao médico por favor, é urgente mano!”, dizia o padrasto no áudio.
O motorista contou que na hora percebeu que não tinha mais o que fazer, mas mesmo assim seguiu para o hospital. “Com toda velocidade fui para o Angelina Caron, furando sinal, lombada e pedindo para ela alcançar a mão da menina na minha mão, eu puxava o braço para trás e pegava na mão da menina e ainda estava morna. Chegando no Caron, foi constatado que não teve nada de queda em casa, eles mesmos que fizeram essa ato com a criança em casa”, contou.
Relacionamento abusivo
Suelen foi presa, num primeiro momento, suspeita de ter sido negligente. Ela chegou a ser solta, mas voltou à prisão onde está há mais de um ano. A mulher relatou que tinha medo do companheiro e que nunca conseguiu sair do relacionamento abusivo.
De acordo com o advogado Luis Gustavo Janiszewski, Wanderlo dizia que era responsável pela educação da Georgia e por ‘tomar conta’ financeiramente da casa. Ele ainda teria pego o celular da Suellen para impedir que ela tivesse contato com os familiares durante os três meses de relacionamento.