Acordo da Bunge para comprar processadoras de soja no PR é desfeito em meio a disputas judiciais

Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) – O acordo da Bunge para comprar duas unidades de processamento de soja no Brasil foi cancelado em meio a uma batalha judicial prolongada e multijurisdicional envolvendo o vendedor dos ativos, de acordo com documentos relacionados às disputas vistos pela Reuters.

A companhia norte-americana, que não quis comentar o encerramento do acordo para aquisição das usinas, havia assinado o compromisso de compra das duas instalações da Imcopa em maio de 2020.

O negócio aumentaria de oito para dez o número de unidades de processamento de oleaginosas da Bunge no Brasil, que é o maior produtor e exportador de soja do mundo.

A Imcopa, que tenta alienar os ativos para sair da recuperação judicial, comunicou formalmente em juízo o fim do acordo com a Bunge no dia 24 de março, segundo documentos vistos pela Reuters. A empresa também solicitou 120 dias para retomar o processo de venda das fábricas.

O vendedor disse em juízo que as disputas judiciais envolvendo a Cervejaria Petrópolis, que tinha contrato de arrendamento para operar as duas unidades pretendidas pela Bunge –bem como a interferência de duas entidades do Panamá que se diziam credoras dos credores da Imcopa– fizeram o negócio ser desfeito.

A administração da Imcopa e da Cervejaria Petrópolis não comentaram o assunto imediatamente.

Pelos termos do acordo expirado, a Bunge assumiria cerca de 1 bilhão de reais em dívidas vinculadas às unidades; e iria pagar 50 milhões de reais pelas fábricas de esmagamento de soja, que podem processar cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano.

31 mar 2021, às 11h30. Atualizado às 11h35.
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