China seguirá como importadora de carne suína por 4-5 anos, diz Danish Crown

Por Jacob Gronholt-Pedersen

COPENHAGUE (Reuters) – A China, maior consumidora de carne suína do mundo, deverá seguir como importadora da proteína por até cinco anos, à medida que novos surtos de peste suína africana atrasam as tentativas do país de restaurar sua produção de porcos, disse nesta quinta-feira o presidente da maior produtora de carne suína da Europa.

Uma epidemia da incurável de peste suína africana devastou o rebanho de porcos da China em 2018, fazendo com que a produção local despencasse e reduzindo o estoque de porcas matrizes em cerca de 60% até o final do ano passado.

“Acho que a reconstrução da produção de suínos terá alguns contratempos”, disse em entrevista o presidente-executivo da Danish Crown, Jais Valeur.

“Vimos que eles colocaram o setor de volta em funcionamento apenas para ser atingido pela peste suína africana de novo, porque a situação não estava sob controle”, afirmou.

A Danish Crown, que produz cerca de 18 milhões de porcos por ano, exportou um recorde de 30% de sua produção para a China ao longo do último ano, beneficiando-se dos altos preços no país.

“Minha previsão é de que haverá necessidade de importações na China pelos próximos quatro a cinco anos, por causa da peste suína africana”, disse Valeur.

A Danish Crown viu as exportações para a China dispararem desde 2018, mas Valeur disse que os embarques diminuíram desde que Pequim, em outubro e novembro, proibiu temporariamente as importações de duas fábricas localizadas na Dinamarca, depois que funcionários foram infectados com Covid-19.

19 nov 2020, às 17h33. Atualizado às 17h35.
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