WH Group vê aumento no preço de suínos na China após uso de vacinas não aprovadas

Por Dominique Patton

PEQUIM (Reuters) – O uso de vacinas ilegais contra a peste suína africana por alguns produtores de porcos da China no ano passado reduziu a produção dos animais e irá fornecer suporte aos preços em 2021, disse nesta terça-feira um executivo da processadora de carne suína WH Group, sinalizando para um aumento nas importações de proteínas mais baratas.

A China tenta reconstruir seu enorme rebanho de porcos desde que o vírus da peste suína africana dizimou as criações do país, entre 2018 e 2019.

No entanto, o uso de vacinas não aprovadas, em uma tentativa de se obter proteção contra a doença, teve o efeito oposto e acabou matando porcos, disse Ma Xiangjie, presidente da Henan Shuanghui Investment and Development, unidade doméstica do WH Group.

Os preços dos suínos tiveram forte alta no final de 2020, à medida que as ofertas diminuíram, disse Ma a repórteres após a publicação do balanço financeiro anual da companhia, contrariando as expectativas de crescimento da produção de suínos.

“Desde o segundo semestre do ano passado, alguns produtores de suínos na China, especialmente a sul do rio Yangtze, usaram algumas vacinas imaturas e voltaram a registrar a peste suína africana”, disse Ma.

A WH processou 46% menos porcos na China em 2020 frente ao ano anterior devido à oferta apertada, reduzindo a capacidade de utilização de suas fábricas para 30%.

Mas importações de 700 mil toneladas de carnes suína, bovina e de aves, sendo 70% do volume proveniente dos Estados Unidos, ajudaram a empresa a compensar a escassez e a gerar receitas e lucros recordes em seu mercado doméstico.

30 mar 2021, às 18h18. Atualizado às 18h40.
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