Preços ao consumidor nos EUA têm maior salto em quase 12 anos com alta de pressões inflacionárias

Publicado em 12 maio 2021, às 11h18. Atualizado às 11h20.

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) – Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram à maior taxa em quase 12 anos em abril, uma vez que a demanda em meio à reabertura da economia encontrou restrições de oferta, o que pode alimentar os temores no mercado financeiro de um período longo de inflação mais alta.

O relatório do Departamento do Trabalho divulgado nesta quarta-feira também mostrou um forte aumento das pressões nos núcleos da inflação. A demanda está sendo impulsionada por quase 6 trilhões de dólares em ajuda governamental desde que a pandemia de Covid-19 começou nos Estados Unidos, em março de 2020, e pela vacinação de mais de um terço da população norte-americana.

O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, assim como muitos economistas, vê a inflação mais alta em grande parte como transitória, com expectativa de que as cadeias de suprimentos se adaptem e se tornem mais eficientes. Mas há preocupações de que a inflação possa persistir em meio a relatos de que as empresas estão aumentando os salários à medida que competem por trabalhadores.

Embora as oportunidades de emprego estejam em um recorde de 8,1 milhões e haja quase 10 milhões de pessoas oficialmente desempregadas, as empresas estão com dificuldades para encontrar mão de obra. Benefícios generosos de auxílio-desemprego, medo da Covid-19, a necessidade de ficar em casa cuidando dos filhos e aposentadorias relacionadas à pandemia foram responsabilizados pelo desfalque. Os salários médios por hora aumentaram em abril.

O índice de preços ao consumidor norte-americano saltou 0,8% no mês passado, o maior ganho desde junho de 2009. O índice teve alta de 0,6% em março.

Os preços dos alimentos subiram 0,4%. O custo da alimentação em casa também subiu 0,4%. O custo da alimentação fora de casa avançou 0,3%, enquanto os preços da gasolina caíram 1,4%, após dispararem 9,1% em março.

Economistas consultados pela Reuters previam que o índice de preços ao consumidor subiria 0,2% em abril.

No acumulado de 12 meses até abril, o índice saltou 4,2%. Esse foi o maior ganho desde setembro de 2008, e veio após alta de 2,6% em março. O salto refletiu principalmente a retirada das leituras fracas do início do ano passado do cálculo.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços ao consumidor teve alta de 0,9%, seu maior ganho desde abril de 1982. O chamado núcleo da inflação havia subido 0,3% em março.

No acumulado de 12 meses até abril, o núcleo saltou 3,0%, após alta de 1,6% em março.

(Por Lucia Mutikani)

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