por Mariana Gomes
com supervisão de Carol Nery

Auditores fiscais do Ministério do Trabalho interditaram uma das principais esteiras aéreas para o transporte de grãos aos navios do Porto de Paranaguá nesta quarta-feira (3). O equipamento interditado é responsável por toda a operação do Terminal de Exportação do Corredor Leste.

De acordo com os agentes, a estrutura possuía graves problemas de manutenção, como o acúmulo exagerado de poeira que pode gerar explosão. Além disso, eles identificaram falhas no registro e certificação de materiais e equipamentos.

Além da esteira aérea, armazéns de farelo de soja de empresas na área portuária do Porto de Paranaguá também foram interditados. De acordo com os auditores, o motivo é a não classificação da área de risco e falta de controle de equipamentos que podem estar em áreas com risco de explosão e incêndio. Ao todo, quatro armazéns com capacidade de 15 mil toneladas foram interditados.

Irregularidades identificadas pelos auditores

Segundo o auditor responsável pela coordenação da operação, Diego Alfaro, o nível de poeira permitido pelas normas brasileiras é de apenas meio centímetro. No Porto de Paranaguá, o nível encontrado foi de até 20 centímetros. “O nível estava tão elevado, que poderia gerar uma concentração de gases nesses locais, com um iminente risco de explosão com qualquer faísca”, explicou.

Além disso, faltava registro e certificação adequada para os materiais, equipamentos, luminárias e maquinários que operam no local. Esses boletins são usados especialmente para evitar um aumento de temperatura ou faísca que possa gerar incêndio ou explosão. Como as áreas são interligadas, um acidente como esse alastraria o fogo para outros locais. 

Incêndio recente no Porto de Paranaguá

Esta operação aconteceu pouco mais de um mês após o incêndio ocorrido no dia 23 de fevereiro na TC5, uma das seis correias do corredor de exportação no Porto de Paranaguá responsável pelo abastecimento do berço 214. Por mais que ninguém tenha ficado ferido, as operações no local foram suspensas temporariamente e as causas do incêndio ainda estão sendo investigadas. 

De acordo com a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), o incidente trouxe indícios de irregularidades nas operações do Porto de Paranaguá. Além disso, outras denúncias anônimas foram recebidas pelo órgão e incentivaram a maior fiscalização do local.

Durante a pandemia, as fiscalizações deixaram de acontecer com tanta frequência. Contudo, o órgão pretende retomar o trabalho com um maior número de ações desde já.

Como ficam as operações do Porto de Paranaguá

Por fim, a interdição de áreas portuárias do Porto de Paranaguá não deve interromper completamente as operações de escoamento da safra. Contudo, deve ocasionar a redução na eficiência do processo, que irá gerar acúmulo de navios e tempo maior de abastecimento e exportação.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui.

3 abr 2024, às 19h01. Atualizado em: 4 abr 2024 às 16h06.
Mostrar próximo post
Carregando