Caso Ana Paula Campestrini: técnico de informática vai a júri popular por fraude processual

por Daniela Borsuk
com informações de Thais Travençoli, da RICtv
Publicado em 1 set 2022, às 13h26.

Felipe Rodrigues Wada, o técnico de informática suspeito de apagar mensagens relacionadas ao planejamento da morte de Ana Paula Campestrini, vai a júri popular. A decisão foi documentada pela Justiça nos últimos dias, após o Ministério Público do Paraná (MPPR) recorrer. Wada é acusado de fraude processual. Além dele, serão julgados por júri popular Wagner Oganauskas e Marcos Antônio Ramon, os outros dois suspeitos de envolvimento no homicídio.

De acordo com a denúncia do MPPR, o ex-marido de Ana Paula, Wagner Oganauskas, é apontado como mandante do crime. Ele teria pago pelo menos R$ 38 mil a um amigo, Marcos Antônio Ramon, para que o homem matasse a vítima, com quem tinha dois filhos. Wagner era diretor da Sociedade Morgenau e Marcos, apontado como executor, era diretor financeiro do clube. Antes de ser assassinada, Ana Paula teria ido até a Sociedade para retirar uma carteirinha de sócia do clube, na tentativa de ter mais contato com os dois filhos. As visitas às crianças, segundo as investigações, eram dificultadas pelo pai.

Wagner e Marcos foram denunciados pelo MPPR por feminicídio qualificado pelo motivo torpe e pelo pagamento de recompensa, e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. Depois do crime, os homens teriam deixado um celular com Felipe, técnico de informática, para que ele apagasse o conteúdo do aparelho. De acordo com a denúncia, a ação deletou possíveis conversas sobre o planejamento do homicídio. Devido a isso, Felipe foi denunciado por fraude processual.

Agora, os três suspeitos de envolvimento no assassinato de Ana Paula vão a júri popular. A data do julgamento ainda não foi divulgada.

Ana Paula Campestrini é assassinada no Santa Cândida

Ana Paula foi assassinada a tiros na frente do condomínio onde morava com a namorada, no bairro Santa Cândida, na capital, no dia 22 de junho de 2021. O carro da vítima foi atingido por 14 tiros e o crime foi registrado por câmeras de segurança. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

No dia 24 de junho, a Polícia Civil prendeu o ex-marido de Ana Paula, Wagner Oganauskas, suspeito de ser o mandante do crime, e Marcos Antônio Ramon, apontado como o atirador que assassinou a vítima. Segundo as investigações, Wagner teria mandado matar a ex-esposa, mãe de seus filhos, por não aceitar o novo relacionamento da vítima, com uma mulher. Desde a separação, questões financeiras também eram motivo de brigas entre o ex-casal.