Caso Ana Paula: Ex-marido e amigo ficam em silêncio em audiências de instrução
Foram interrogados pela Justiça nesta sexta-feira (28), os suspeitos de envolvimento na morte de Ana Paula Campestrini, assassinada a tiros em 22 de junho de 2021, na frente do condomínio onde morava, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. O ex-marido da vítima, Wagner Oganauskas, acusado de ser o mandante do crime, e seu amigo, Marcos Antônio Ramon, indicado como atirador, ficaram em silêncio e preferiram não falar sobre suas versões dos fatos durante a audiência de instrução.
Na última semana, testemunhas de acusação e de defesa foram ouvidas pela juíza responsável pelo processo. Nesta sexta-feira, último dia das audiências, além de Wagner e Marcos, Felipe, denunciado pelo Ministério Público por fraude processual, também foi interrogado.
Conforme o documento do MPPR, Wagner e Marcos Antônio estão sendo denunciados por feminicídio qualificado pelo motivo torpe e pelo pagamento de recompensa, e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda, Marcos Antônio, juntamente com Felipe, estão sendo denunciados por fraude processual.
Com a finalização das audiências de instrução do caso, a Justiça deve agora definir se os acusados serão julgados em júri popular.
Relembre o caso
No dia 24 de junho, a Polícia Civil prendeu o ex-marido de Ana Paula, Wagner Oganauskas, suspeito de ser o mandante do crime, e Marcos Antônio Ramon, apontado como o atirador que assassinou a vítima. Segundo as investigações, Wagner teria mandado matar a ex-esposa, mãe de seus filhos, por não aceitar o novo relacionamento da vítima, com uma mulher. Desde a separação, questões financeiras também eram motivo de brigas entre o ex-casal.
Na manhã em que foi morta, Ana Paula foi até a Sociedade Morgenau, na ocasião presidida pelo ex-marido, para fazer uma carteirinha de sócia. O objetivo era poder entrar no local e ter contato com os filhos, já que até então, não era autorizada a entrar e precisava esperar na calçada para poder vê-los de longe. No entanto, após sair de lá, ela foi perseguida por um motociclista, apontado como Marcos, e executada com cerca de 14 disparos de arma de fogo, quando aguardava o portão do condomínio em que vivia abrir.
Após o crime, a polícia descobriu depósitos de dinheiro de Wagner para Marcos, no valor de R$ 38 mil, que seria o pagamento pela execução de Ana Paula Campestrini. Além dos dois homens, o Ministério Público do Paraná também ofereceu denúncia contra Felipe Rodrigues Wada, um técnico de informática de 18 anos que teria apagado as conversas do celular de Marcos após o crime.