por Guilherme Becker
com informações de Daniela Borsuk

Os advogados que representam as famílias do ex-prefeito de Piên, Loir Dreveck, e do técnico de segurança, Genésio Almeida, acreditam na condenação dos quatro réus que serão julgados a partir desta terça-feira (21). Ao todo, quatro suspeitos sentarão no banco dos réus, do Fórum de Rio Negro, na região sudeste do Paraná, para o júri popular.

O julgamento será realizado na cidade vizinha, pois Piên não possui fórum na comarca. Com mais de 25 testemunhas e debates entre os representantes de assistência do Ministério Público e as defesas dos quatro réus, a expectativa é que o júri popular seja o mais longo do ano no Paraná.

“Crime diabólico”, declara representante da vítima

O advogado Samir Mattar Assad é o responsável pela assistência da família do ex-prefeito Loir Dreveck. “Estamos confiantes que será feita justiça, com a condenação de todos os réus pelos dois homicídios. Nesta terça-feira (21), com início do julgamento, será o último capítulo dessa trágica história que manchou a imagem do município de Piên”, declarou.

“Será um júri longo, em que os jurados poderão apreciar o brilhante trabalho da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Paraná. Os quais desnudaram essa empreitada criminosa para a prática desse crime diabólico, com provas contundentes que certamente levarão a condenação”,

completou Mattar Assad.

O representante da família de Genésio Almeida também está confiante na condenação dos réus. O advogado Elói Leonardo Doré, destacou a crueldade como a vítima foi assassinada.

“Acabou sendo cruelmente assassinado em razão da sua semelhança física e também por na data do homicídio conduzir um veículo semelhante ao da Prefeitura de Piên, que realizaria o transporte do verdadeiro alvo, o prefeito eleito Loir Dreveck. Infelizmente o senhor Genésio pagou com a vida por desacordos políticos, de um município do qual residia há pouco tempo e tão somente para trabalhar e prover o sustento da sua esposa e filhos. Esperamos a condenação de todos os réus”,

contou Doré.

O júri popular terá início às 8h30 desta terça-feira (21). Sentam no banco dos réus Gilberto Dranka, o ex-prefeito de Piên – que foi prefeito por dois mandatos, de 2009 a 2012 e de 2012 a 2016 -, o presidente da Câmara Municipal de Piên na época, Leonides Maahs, o mecânico Orvandir Pedrini e Amilton Padilha.

Leia também: Confira o posicionamento dos representantes dos réus

Relembre o caso Piên

Genésio Almeida, que era técnico em segurança, foi executado a tiros dentro do carro no dia 6 de dezembro de 2016. O homem transitava pela PR-420, com destino a São Bento do Sul, em Santa Catarina, quando foi baleado na cabeça nas proximidades do trevo de Trigolândia. Segundo a polícia, Genésio foi morto por engano, ao ser confundido com o prefeito Loir.

Dias depois, no dia 14 de dezembro de 2016, na mesma rodovia, o prefeito recém-eleito de Piên ia para Santa Catarina com as duas filhas e um motorista, quando um suspeito de moto emparelhou com o veículo ocupado pela vítima e fez os disparos. Loir foi atingido na cabeça, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital, em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, três dias depois.

Em 31 de janeiro, o ex-prefeito Gilberto Dranka foi preso em uma operação do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Dranka ainda tentou se esconder no forro da casa durante a abordagem, mas foi localizado e preso. As investigações apontaram o envolvimento de Leonides Maahs, ex-presidente da Câmara Municipal de Piên, do mecânico Orvandir Pedrini, e de Amilton Padilha no crime.

20 jun 2022, às 11h54.
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