Maníaco da Torre é absolvido de homicídio e condenado por ocultação de cadáver de mulher

por Ederson Hising
com informações de Jota Júnior
Publicado em 24 maio 2022, às 18h23. Atualizado às 18h24.

Roneys Fon Firmino Gomes, conhecido como Maníaco da Torre, foi absolvido do crime de homicídio, mas condenado a um ano e quatro meses pela ocultação do cadáver de uma mulher – que nunca foi identificada. O júri popular começou na manhã desta terça-feira (24) e terminou no fim da tarde, em Maringá, no norte do Paraná.

Pelo crime de ocultação, ele deverá cumprir pena em regime semiaberto. A absolvição do crime de homicídio se deu por 4 votos a 3 dos jurados. O entendimento de que não havia materialidade para comprovar que o crime tivesse sido cometido pelo maníaco foi acatado.

A defesa do réu não concordou com a condenação por ocultação de cadáver e deve recorrer.

Preso desde 2015, quando foi descoberto, Gomes já foi condenado em março de 2019 a 21 anos e quatro meses de prisão pela morte de Ednalva José da Paz, ocorrida em 2010. Já em dezembro de 2019, ele foi condenado a 23 anos e quatro meses pela morte de Silmara Aparecida de Melo, em 2012.

À época da prisão, ele confessou os crimes contra prostitutas. Em juízo, tem negado as autorias. Ao todo, Gomes é formalmente acusado de seis homicídios, mas a polícia diz acreditar que tenham sido pelo menos 13 vítimas. Este foi o terceiro júri popular do Maníaco da Torre.

O júri

Pela terceira vez, o vendedor de carros esteve no banco dos réus. Sob a escolta de dois policiais militares, Roneys ficou de costas para o plenário e de frente para a juíza, em uma cadeira ao lado da mesa de seus quatro advogados.

Aos 47 anos, ele está mais magro e com a aparência mais envelhecida. Com olhar atento a tudo o que era dito, manteve sempre o mesmo comportamento. Com as mãos sobre as pernas ou com os braços cruzados. Vez ou outra abaixava a cabeça.

Três testemunhas foram ouvidas no julgamento. Primeiro, o policial militar que atendeu a ocorrência e depois o gerente da propriedade rural onde o corpo da vítima foi localizado. Roneys foi o último a depor. Antes disso, o tribunal foi esvaziado para a fala de uma testemunha confidencial.

Só depois, o vendedor de carros foi submetido às perguntas. Ele se recusou a responder as questões feitas pela juíza e pelo promotor. Atendeu apenas o que foi indagado pelo advogado de defesa e por uma das integrantes do júri. Roneys negou a autoria do assassinato e disse que foi torturado pela polícia para confessar o crime.

O júri teve um pausa para o almoço e foi retomado no início da tarde com a fala do promotor Sandro Alex. Logo após, foi a vez da defesa apresentar a tese. Sem o pedido de réplica por parte da acusação, o júri se encaminhou para a reta final. O resultado foi anunciado oito hroas depois do início do julgamento.

Roneys ainda vai enfrentar mais dois juris popular neste ano, que estão marcados para os dias 1º e 9 de junho.

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