Os impactos da guerra no Paraná

Comunicação & Futuro

por Leonardo Petrelli
Publicado em 10 mar 2022, às 18h01. Atualizado às 18h02.

Quando uma guerra entre dois países começa, por mais distantes que estejam do nosso, os impactos rapidamente começam a se alastrar de maneira global. Não seria diferente na invasão russa à Ucrânia. E os efeitos já chegaram em nosso Estado, especialmente quando falamos em agronegócio.

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) fez um levantamento prévio destes impactos, olhando para a relação comercial entre a Rússia e o estado paranaense. Quando falamos em importações, a Rússia é o 7º maior parceiro paranaense, respondendo por 2,8% das importações em 2021.

No ano passado, os principais produtos importados da Rússia pelo Paraná foram: cloretos de potássio (25,7%) e diidrogeno-ortofosfato (20,3%), ou seja, fertilizantes. Por isso, não é difícil mensurar o tamanho das consequências econômicas que ainda estão por vir.

Mais do que o aumento dos preços do petróleo, que já eleva os preços do combustível a valores absurdos, o que atinge a todos os setores, o Brasil ainda depende de maneira direta dos fertilizantes russos. Nosso país importa mais de 5,7 bilhões de produtos da Rússia, sendo 65% em fertilizantes. O impacto é o custo na ração dos animais e no preço da carne, que, conforme divulgou o Banco Central, já sofre com a inflação que deve chegar a 5,56%.

Outro fator alarmante é a possível falta de fertilizantes na próxima safra de verão, em virtude da possível apreensão nos principais portos de entrada dos fertilizantes no Brasil e também dos problemas logísticos para escoar tais grãos. Já o aumento dos preços deve gerar impactos ainda mais para frente no preço dos alimentos e das carnes.

Fala-se em relação ao mercado do milho, já que Rússia e Ucrânia são exportadores e definidores do preço do grão. Em efeitos de cascata, a margem de toda a cadeia se torna comprimida e causa tensão em diversos países, que já sentiram efeitos da elevação dos preços há bastante tempo.

Além disso, se fala no impedimento da atividade portuária e comércio exterior. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia fornecem soja, milho, trigo e outros insumos para o Brasil. Logo nos primeiros dias de conflito, foi possível acompanhar a disparada nos preços de tais produtos e essa possibilidade é analisada de perto pelo setor portuário.

Apesar de distante, sempre que um conflito militar acontece, é inevitável que seus efeitos sejam sentidos de maneira global. Grandes impactos humanitários atuais e outros tantos econômicos que vêm aí.

Não há nada que justifique uma guerra. A diplomacia falhou.

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