por Régis Rothfilber
Régis Rothfilber

 

Hoje, 27/01/2020, foi publicado na imprensa gaúcha que o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS) está lançando o projeto ” Banheiro sem preconceito”. De acordo com as diretrizes do programa, além de placas nos prédios das secretarias lembrando que cada um pode usar o banheiro correspondente ao gênero o qual se  identifica, haverá também banheiros unissex : ” trans,cis, hétero, bi, assesual, negro (a), branco (a), com deficiência, imigrante, gordo (a), magro (a), rico (a), pobre etc. Esse banheiro é de todos (as).

 

Confesso que lendo e relendo o artigo em um primeiro momento interpretei como oportunismo do governador gaúcho,mas pesquisando sobre o tema e conversando com amigos de posicionamentos diversos, resolvi escrever esse artigo valorizando o fator humano e não deixando de colocar os pesos e medidas.

 

Vamos começar a tratar do tema pelo lado da preocupação com os preconceitos e situações de violências que infelizmente acontecem com a comunidade LGBTQ+ e os negros. Todos os dias ocorrem casos de pessoas serem agredidas, hostilizadas e proibidas de usar banheiros em vários lugares públicos por sexo ou gênero, ou agressões pela cor da pele.  Uma situação muito delicada e que precisa ser melhor debatida e introduzida na sociedade, enfatizando que respeito deve ser algo primordial em nossa sociedade. Não é porque as pessoas pensam e são diferentes que são melhores ou piores. Para demonstrar de uma forma clara do que estou falando serei cobaia da minha argumentação. 

 

Eu tenho um tipo de epilepsia desde sete anos de idade. Minha vida sempre foi normal já que sempre tomei meus remédios de uso contínuo. Entretanto eu era discriminado e apanhava na escola. Claro que chegou uma época que comecei a reagir e até exagerei algumas vezes com a intenção de me impor. Nem sempre isso contou a meu favor, pois as minhas atitudes resultaram em mais bullying e acabei expulso de algumas escolas. 

 

Todavia é importantíssimo levantar uma outra questão :  A implantação do programa “Banheiro sem preconceito “ precisa ser apresentado na íntegra a sociedade para não expor todas as mulheres e crianças ao risco de assédio por psicopatas que se aproveitarão da situação de haver um banheiro unissex. Vamos supor que elas sejam atacadas por um psicopata já que qualquer um vai poder entrar no banheiro unissex o índice de casos de estupros podem aumentar ainda mais. Emais, existe o perígo de contágio de doenças transmitivas por homens e mulheres por contato com locais como tampa de privadas.

 

Temos que considerar também que uma mulher fugindo de um tarado, um ladrão ou um agressor estará vulnerável a ser atacada e até assassinada. Todas essas mudanças para incluir banheiros unissex precisam ser analisadas com muito cuidado. 

  No Brasil políticos têm o costume de fazer projetos e leis sem pensar em todos os aspectos.      Eu sou contra o preconceito e violência e a favor de proteger a comunidade LGBTQ+,,aos afrodescendentes e qualquer pessoa.

 Um banheiro para o grupo LGBTQ+ é uma proposta interessante,mas banheiro unissex pode ser um perigo. No caso de banheiros para negros, gordos, pobres, riscos e portadores de deficiência física não faz sentido porque isso primeiro é segregação e no caso dos portadores de deficiências físicas podem perfeitamente usarem os banheiros públicos já existentes, até porque já existem adaptações nos banheiros. Ou como em muitos lugares, existem banheiros exclusivos para portadores de deficiência física. 

 

Já no que diz respeito ao governador gaúcho Eduardo Leite ( PSDB- RS), tenho minhas dúvidas das suas verdadeiras intenções. Em um passado recente esse jovem político passou a impressão de usar uma máscara da compaixão, típica de populistas que a vestem para encobrir apenas a mais pura misoginia e o desprezo pelas pessoas. Até agora o governador Eduardo Leite não soube administrar o estado do Rio Grande do Sul. Revelou-se mais um político que diz coisas que a população deseja ouvir com o único objetivo de ser eleito. Ele claramente é favor do estado regulador, inchado, com péssima gestão pública, contra a iniciativa privada e repartindo cargos sem um planejamento para sanear o caos das finanças do estado ou mesmo atender os serviços garantidos pela constituição federal. Como qualquer governador do RS não faz os ajustes fiscais necessários para pagar os salários dos servidores enquanto dá privilégios às classes corporativistas do setor público. Diga-se de passagem um ato completamente irresponsável já que os funcionários públicos que pertencem a essas classes tem tantos privilégios adquiridos que acabam também não recebendo os salários. Ou seja são manipulados por sindicatos aliados ao governador e que o ajudaram a se eleger. Enquanto isso a população passa até fome e nada funciona.

Isso dá margem para especular se se o projeto Banheiro sem preconceito realmente foi pensado e elaborado pensando em inclusão de todos os cidadãos ou se é mais um projeto capenga e oportunista.

O quê vocês acham?

28 jan 2020, às 00h00. Atualizado em: 5 jun 2020 às 12h02.
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