(Divulgação/TSE)

Recadastramento biométrico deve impulsionar o número de eleitores, estima TSE

Em um cenário de desilusão da sociedade brasileira com os atuais políticos, o recadastramento biométrico deve impulsionar o número de eleitores que vão comparecer às urnas nas eleições deste ano.  

Isso porque, a biometria, além de permitir o cadastro único, eliminando fraudes e cadastros duplicados, também incentiva o eleitor a votar, conforme explica o presidente do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin.

“O ritual do recadastramento biométrico se transporta para o intelecto do eleitor. Tem uma solenidade especial, de ir ao cartório, de ter um título com uma marca dele. Isso rememoriza ao eleitor o dever que ele tem de comparecer às urnas”, explica.

Outro fator é que o recadastramento também motivou pessoas quem tinham mudado de cidade há bastante, a fazerem a transferência do título. O último recadastramento nacional de eleitores foi sido feito em 1989 e, por isso, o cadastro do TSE não fornecia dados reais.

— Com a biometria, vamos saber quem são os eleitores antes da eleição. O cadastro é muito mais fidedigno.

A preocupação em relação às abstenções é grande, já que na última eleição para escolher governadores, deputados, senadores e presidente, em 2014, foi o registrado o nível mais alto de eleitores que não compareceram às urnas desde 1998. De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 19,4% do eleitorado não foi votar (o que representa 27,7 milhões dos 142,8 milhões de eleitores do país à época).

Eleições de 2016

Segundo dados do TSE, nas eleições municipais de 2016, dos mais de 39 milhões de eleitores que fizeram o recadastramento biométrico em 1.541 municípios do país, aproximadamente 35 milhões votaram, representando um índice de abstenção de 11,85%.

Já nos locais onde os eleitores ainda não tinham feito a biometria ou que contavam com a biometria híbrida, o índice de abstenção foi maior, de 19,18%.

São Paulo foi a capital com a maior número de abstenções, quase dois milhões de paulistanos não votaram.