Ato contra Bolsonaro em Curitiba. (Foto: Maria Emilia Silveira)

As manifestações organizadas pelo grupo ‘Mulheres Unidas Contra Bolsonaro’ levaram homens, mulheres e crianças para as ruas em várias cidades do país; atos a favor do candidato também foram registrados em várias cidades

Dezenas de cidades recebem neste sábado (29) atos contrários a Jair Bolsonaro. A campanha #EleNão foi criada dentro de um grupo no Facebook  ‘Mulheres Unidas Contra Bolsonaro’ que reúne 3,8 milhões de mulheres. Em Curitiba, inúmeros homens, mulheres e crianças foram para as ruas apoiar a causa. Em contrapartida, algumas cidades também registrados atos a favor do candidato à Presidência pelo PSL.

Curitiba

A concentração do ato iniciou às 16h próximo à Boca Maldita. Na sequência, os manifestantes andaram pela Rua XV de Novembro até a Praça Santos Andrade. O fim do ato ocorreu por volta das 19h30.

Durante a passeata era possível ver cartazes com dizeres: “Ditadura Nunca Mais”, “Contra o Racismo”, “Mulheres Contra o Fascismo”, “Ele não vai nos oprimir”, “Se fere minha existência, serei resistência”, entre outras frases de protesto que fazem referência a declarações do candidato.

O movimento foi um ato apartidário e, embora, vários políticos e partidos tenham participado, nenhum cabo eleitoral procurou desviar a atenção para outras causas. “Estamos reunidos aqui principalmente para combater o preconceito, a homofobia e tudo o que faz parte de um discurso de ódio. O ódio não leva a nada. Quantos Jesus Cristos vão precisar voltar para as pessoas entenderem isso? O que precisa ser mudado é muito mais profundo e estrutural do que colocar armas nas mãos das pessoas. Um país só tem futuro quando acredita na educação, na minimização das desigualdades sociais, na igualdade de todos os seres humanos e, principalmente, na paz.”, afirmou Mariana Kneip Botelho que estava com várias amigas e amigos no local.

A Rua XV de Novembro de Curitiba. (Foto: Paulo César Vieira)

Manifestantes reunidos em frente ao prédio histórico da UFPR. (Foto: Maria Emilia Silveira)

Segundo a organização, foram cerca de 50 mil pessoas. Já para a Polícia Militar aproximadamente 5 mil manifestantes estiveram no evento. 

Veja vídeo da manifestação:

O outro lado

Sobre os atos #EleNão, o candidato afirmou, por meio de sua assessoria, que todos os eleitores têm direito de se manifestar. No Twitter, rede social usada por Bolsonaro, ele preferiu ignorar as manifestações contrárias e compartilhou apenas imagens e vídeos das manifestações favoráveis à sua eleição.

Manifestações pelo país e no exterior

No Brasil, ocorreram pelo menos 60 atos em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Porto Alegre, Vitória, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Natal, João Pessoa, Recife, Fortaleza, Aracaju, Palmas, Campo Grande, Manaus, Belém e Cuiabá.

Em São Paulo, a concentração de manifestantes começou em torno do Largo da Batata no início da tarde. No Rio, centenas de pessoas se concentram na Cinelândia, região central da cidade.

Ao redor do mundo, protestos ocorreram em cidades da Espanha, França, Portugal, Alemanha, Itália, França e Suíça. As lideranças do movimento afirmam que a campanha é para alertar a população sobre as ideias de Bolsonaro, consideradas pelos participantes como “fascistas e machistas”.

Em Minas Gerais, as manifestações ocorrem na Praça da Sete, ponto central de Belo Horizonte. Com direito a trio elétrico, o clima do protesto foi de carnaval. Os gritos de “ele não” também eram entoados com frequência.

Mesmo com a organização feita por mulheres – desde a segurança até instrumentistas – muitos homens marcaram presença no protesto. Bandeiras e adesivos de outros candidatos e políticos foram vistos na manifestação.

Em Brasília, manifestantes se concentram nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto para seguir em caminhada até a TV de Torre, na área central da capital.