Debate entre deputadas sobre PL que criminaliza o aborto aponta divergências

Parlamentares paranaenses divergente quanto à aprovação do projeto de lei que endurece a pena para mulheres que realizarem aborto após 22 semanas de gestação, independentemente do motivo

Publicado em 13 jun 2024, às 18h29.

As deputadas estaduais Cantora Mara Lima (Republicanos) e Ana Júlia Ribeiro (PT) apresentaram opiniões opostas durante um debate sobre a criminalização do aborto, que foi tema do programa RIC Notícias Opinião.

Deputadas estaduais do Paraná debatem sobre PL que criminaliza aborto
Parlamentares com opiniões opostas apresentam seus argumentos sobre PL que criminaliza o aborto após 22 semanas de gestação (Foto: Reprodução/Jovem Pan News Curitiba/YouTube)

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Mara Lima pontuou que “é a favor da vida desde a sua concepção”. De acordo com a parlamentar, o projeto de lei é muito importante, pois, de alguma forma, traz uma legalidade para que não seja realizado o assassinato de inocentes, já que até 22 semanas de gestação, o bebê está formado e responde a diversos estímulos. “O que muda matar dentro do ventre ou matar fora?”, questionou a deputada.   

No entanto, Mara Lima ponderou sobre a lei, que classificou como complexa, e continua valendo para casos de estupro, na questão da escolha da mulher.

Com posicionamento contrário, a deputada Ana Júlia disse que “também é a favor da vida”, mas discorda da proposta por retirar direitos adquiridos pelas mulheres que correm risco de vida e pelas que engravidam em decorrência de casos de estupro. A parlamentar ressaltou que o PL “pune excessivamente a mulher que, por conta de um abuso sexual, vai atrás de um aborto legal e seguro”. Nesse caso, a mulher depende de uma decisão da Justiça, que muitas vezes pode demorar e ultrapassar as 22 semanas de gestação. 

Ana Júlia ainda questionou o fato da pena imposta para a mulher que realizar aborto ser maior que a do que quem comete o estupro. 

Entenda o PL 1904/24

O projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, inclusive no casos de gravidez resultante de estupro.

A proposta altera o Código Penal, que, atualmente, não pune o aborto em caso de gravidez decorrente de abuso e não prevê restrição de tempo para o procedimento nesse caso. O código também não pune o aborto quando não há outro meio de salvar a vida da gestante. 

Caso o projeto seja aprovado, o aborto realizado após 22 semanas de gestação passará a ser punido com pena de reclusão, de seis a 20 anos, em todos esses casos e também no caso de gravidez resultante de estupro. Mesma pena prevista para o crime de homicídio simples. 

O crime de estupro prevê pena de reclusão de 6 a 10 anos. Se a conduta resultar em lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos, a pena é de reclusão, de 8 a 12 anos.

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