por Leonardo Pedrollo
Com supervisão de Larissa Ilaídes

Em cerimônia na manhã desta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto, o Governo Federal anunciou o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 no Brasil. O Ministério da Saúde deve comprar 108 milhões de doses do imunizante, que serão aplicadas em quatro grupos considerados prioritários, por serem mais vulneráveis ao Coronavírus ou por ficarem mais expostos a ele.

O primeiro grupo será formado pelos profissionais da saúde, indígenas e idosos com 75 anos ou mais. O segundo por pessoas com idade entre 64 e 74 anos, e o terceiro grupo por pessoas com mais de 18 anos, que sofrem de doenças crônicas, como câncer, diabetes e hipertensão. Já o quarto e último grupo será composto por professores e agentes de segurança.

Arnaldo Correia, secretário de Vigilância em Saúde, afirmou que o governo não tem preferência por nenhum laboratório que esteja produzindo a vacina, e que a prioridade será dada à empresa que solicitar o registro emergencial na Anvisa e que apresentar os melhores resultados.

“Fizemos adesão a produtores de vacina, ao consórcio Covax Facility, que tem dez laboratórios associados, fizemos uma encomenda tecnológica com a Oxford e Astrazeneca, e também emitimos memorandos de entendimento com vários outros produtores no Brasil, como a Pfizer, o Instituto Butantan, Moderna, Janssen, Sputinik5. Para todos eles, a depender do seu cronograma de entrega, da eficácia e da segurança, este país vai sim comprar vacinas para garantir a imunidade da população brasileira”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou que antes do Natal o Ministério da Economia deve liberar mais 20 bilhões de reais para a compra das doses da vacina.

“Então o que temos a dizer aos senhores é que a solução está por vir. Aguardamos sim o desfecho de outras ações, como já tivemos aqui patrocinada pela equipe econômica através do nosso ministro Paulo Guedes, que nos próximos dias, com toda certeza ainda esta semana, encaminhará 20 bilhões de reais para comprar a vacina daquela empresa que se encaixar nos critérios de segurança e efetividade da nossa Anvisa”, salientou o presidente.

O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reforçou que a população, incluindo quem faz parte do grupo de risco, não será obrigada a tomar a vacina. Porém, como ela ainda está em fase de desenvolvimento, quem quiser se imunizar terá que assinar um termo de responsabilidade.

“Dentro da pandemia e da velocidade do desenvolvimento das vacinas no mundo, estamos agora diante de um novo modelo, que é a autorização de uso emergencial. Isto permite que o laboratório disponibilize a vacina para grupos específicos, mesmo sem a conclusão de testes clínicos, sem a avaliação dos efeitos colaterais definitivos, sem a avaliação da eficácia completa”, explica o ministro, acrescentando que “concedido pela Anvisa, vamos estudar que grupos poderão receber, grupos limitados e em quantidades limitadas, e todos que forem voluntários a receber terão que assumir este compromisso por escrito”.

Carlos Moisés, governador de Santa Catarina, diz que recebe, com muita esperança, o Plano Nacional de Imunização. “O estado de Santa Catarina recebe com muita tranquilidade, porque estamos trabalhando na logística junto com nossos municípios para que possamos melhorar e ampliar a parte de frios do estado para acomodação e conservação destas vacinas. Também estamos ampliando o número de geradores de energia elétrica para que possamos manter estas vacinas no caso de uma situação especial, refrigeradas, estamos adquirindo 20 milhões de seringas e agulhas para distribuir para os municípios, e recebendo estes insumos do governo, possamos imunizar toda a população catarinense”.

A distribuição da vacina em todo o país ficará sob a responsabilidade do Ministério da Defesa. A carga será guardada em cidades que fiquem em até 1.400 quilômetros dos centros de distribuição, entre elas Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Brasília e Espírito Santo. O governo ainda não tem data para começar a imunização dos grupos selecionados, isso por que os laboratórios ainda não estão registrados na Anvisa.

16 dez 2020, às 23h16. Atualizado em: 22 dez 2020 às 16h12.
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