Intimado a devolver R$ 26 mi ao Porto de Paranaguá, irmão de Requião só pagou R$ 2 mil
Indicado pelo irmão, o ex-governador Roberto Requião (PT), como superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião foi condenado a devolver R$ 26 milhões por irregularidades na contratação de serviços. A atual administração do terminal tenta cobrar a dívida, mas só conseguiu recuperar R$ 2.164,90 via sistema Bacenjud, plataforma que conecta o Poder Judiciário às instituições financeiras. O problema é que nada mais foi encontrado nas contas dele.
No último dia 10, o diretor presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Fernando Garcia da Silva, comunicou oficialmente ao Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), que está tentando cobrar o resto da dívida, inclusive buscando por imóveis que estejam em nome do irmão de Requião.
“Esta Administração dos Portos prossegue nas tentativas de bloqueio eletrônico de ativos financeiros e, igualmente, na localização de outros bens passíveis de penhora titularizados pelo Sr. Eduardo Requião de Mello e Silva”,
destacou Silva.
Considerado pelo irmão como o melhor gestor de Portos do Brasil, o psicólogo Eduardo Requião recebeu a determinação de devolver a quantia milionária em 2018. A decisão foi do juiz Rafael Kramer Braga, da Vara da Fazenda Pública de Paranaguá. Na época ele deu três dias para o pagamento da multa, mas até hoje ele não pagou a conta.
Entenda o caso
O TCE-PR encontrou irregularidades em contratos com duas empresas, uma de guindastes e outra de dragagem. As duas teriam recebido valores incompatíveis com o serviço prestado, que foi considerado insuficiente ou incompleto pelo órgão. A Corte de Contas também viu divergências entre o saldo do extrato bancário do terminal no fim de 2004 e o apresentado no balanço oficial da Autoridade Portuária.