por Régis Rothfilber
Régis Rothfilber

 

Essa semana, assisti no programa de TV Jornal Hoje uma notícia absurda se não estivéssemos falando do Rio de Janeiro do século XXI. A estátua de Dona Rosa Paulina da Fonseca, mãe de Marechal Deodoro da Fonseca, o 1º Presidente do Brasil foi misteriosamente roubada durante a noite em frente de todo mundo e ninguém viu o acontecido, mesmo com a presença de guardas municipais no local durante aquela noite.  Achei que fosse pegadinha, mas ou a estátua desapareceu para pular carnaval ou foi mais um revoltante caso de roubo de monumentos em bronze na cidade do RJ. E adivinha, foi a porcaria de um roubo. 

A estátua que estava na praça Paris e pesava 400kg sumiu-se , escafedeu-se como dizia o saudoso personagem Mussum do grupo de comédia dos anos 70 e 80 na TV Globo, Os Trapalhões.

 Segundo relatos da prefeitura da cidade maravilhosa inúmeras estátuas em locais públicos foram roubadas e o destino dessas peças de bronze é serem derretidas e vendidas no mercado negro. Esse tipo de bronze tem uma pureza que não é mais possível encontrar hoje. 

O Brasil inteiro tem a mesma opinião, isso só poderia acontecer no Rio de Janeiro. Esse povo rouba até ar se deixar,mas tenha santa paciência não é fácil realizar uma operação dessas. Pensem comigo: Uma estátua de 400 kg, com 2 metros, de bronze não é pegar, colocar debaixo do braço e sair por aí. Para realizar uma operação dessas é necessário um caminhão guincho, pessoas especializadas em funilaria, homens para ajudar a retirar e fazer a segurança da operação. Nesse último caso, tudo indica que eram guardas municipais já que estavam teoricamente fazendo a ronda para garantir a segurança municipal. 

Não vamos deixar de ressaltar que nos últimos anos foram roubados diversas peças de cobre e bronze na cidade, desde cabos de redes telefônicas,cabos de iluminação, trilhos e cabos de trens que compõe o sistema ferroviário de transportes públicos até o uma mega caixa d’água de mais de 9 metros de altura que abastecia um condomínio na zona oeste do Rio. 

 Eu como carioca não posso deixar de ficar triste com mais essa situação na minha cidade. Ainda mais que isso é fruto de décadas de descaso do poder público e da própria população que infelizmente foi conivente com políticos e governos que pouco se importaram com educação, segurança, estrutura social entre outras dezenas de coisas erradas.

 Pobre Rio de Janeiro e pobre família do presidente Deodoro da Fonseca que nem podem mais descansar em paz com suas cinzas depositadas nas bases de suas estátuas que estão sujeitas a roubo. Qual será a próxima vítima? Esperamos assustados os próximos capítulos.

28 fev 2020, às 00h00. Atualizado em: 5 jun 2020 às 12h05.
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