Moro desembarca em Curitiba nesta quinta-feira (09) para reuniões que discutirão seu futuro no Paraná
O ex-juiz Sérgio Moro (UB) chega a Curitiba nesta quinta-feira (09). Ele já tem um encontro marcado com o presidente estadual do União Brasil, deputado federal Felipe Francischini, para decidir o seu futuro político. Embora o ex-juiz deixe claro que quer ser candidato ao Senado, o partido ainda não bateu o martelo nisso.
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que negou a transferência de domicílio eleitoral dele para o estado vizinho caiu como uma bomba no cenário político nativo. Muitos acordos e alianças que já estavam encaminhadas estão sendo revistos. O ex-juiz da Lava Jato é eleitoralmente viável, e isso muda algumas posições no jogo eleitoral.
A coluna conversou com dirigentes do União Brasil no Paraná, que confirmaram ter sido procurados por outros pré-candidatos para possíveis alianças, entre eles está o senador Álvaro Dias (Podemos), que quer conversar sobre uma possível chapa com ele como candidato ao governo. Setores do PSDB-PR também deram indicativos que querem dialogar numa união em torno de Cesar Silvestri Filho. A família Francischini, que dirige a legenda no estado, e teve o revés da cassação do deputado Fernando Francischini ontem (07), agora reassume o protagonismo de articular um polo político importante.
A volta de Moro jogou mais lenha na fogueira na acirrada disputa ao Senado. Fragilizou ainda mais a tentativa de reeleição de Álvaro Dias, que disputa a mesma faixa eleitoral e chegou a dizer no passado recente que abriria mão da candidatura ao Senado em prol de Moro. O ex-juiz também atinge parte do eleitorado do deputado federal Paulo Martins (PL), que terá o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Ratinho Júnior (PSD) rumo ao Salão Azul de Brasília. Além disso, Moro pode favorecer uma união da esquerda em torno de Gustavo Fruet (PDT). Os militantes lulistas não gostam do ex-juiz que prendeu o ex-presidente, e podem se unificar numa candidatura de Fruet, que é mais palatável que radicais petistas e pode se tornar o “voto útil” desse segmento.