por Renata Nicolli Nasrala
com informações da Agência Brasil

De acordo com o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito que investiga o caso de racismo contra chineses cometido por Abraham Weintraub, exonerado do cargo de ministro da Educação, subiu para a primeira instância da Justiça nesta terça-feira (23).

Racismo Weintraub: ex-ministro perdeu foro privilegiado no STF

Em despacho assinado pelo ministro, a ordem é que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre onde o inquérito deve tramitar depois de Weintraub ter perdido o foro privilegiado no STF: na primeira instância da Justiça federal ou estadual.

Além disso, Celso de Mello indicou no mesmo despacho, que, de acordo com convenção da Organização das Nações Unidas (ONU), o crime de discriminação racial é de competência da Justiça Federal.

Entenda o caso

A abertura do inquérito foi autorizada pelo magistrado em abril devido a uma publicação de Weintraub sobre os chineses e a pandemia do coronavírus.

No Twitter, um post de Weintraub questionou quem poderia sair fortalecido geopoliticamente da crise causada pela pandemia.

No texto, o ex-ministro trocou o “R” pelo “L” numa referência ao personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, e a dificuldade dos chineses ao pronunciarem o português.

Uma imagem com a bandeira da China ilustrava a publicação. O post foi depois apagado.

Após repercusão, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, apontou a suposta violação do artigo 20 da lei que define os crimes por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista é de um a três anos de prisão.

Após anunciar sua saída do ministério da Educação nesta sexta-feira (19), Weintraub deixou o Brasil em direção aos Estados Unidos.

24 jun 2020, às 10h20. Atualizado às 10h28.
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