Rimon Guimarães fala sobre combate ao racismo através da arte: "Mostrar ideias"

O artista curitibano multidisciplar Rimon Guimarães foi o primeiro entrevistado da série ‘Aqui é Meu Lugar’, da RICtv. Atualmente com 36 anos, sua trajetória começou há algum tempo, quando tinha apenas 14 anos e percebeu que as pessoas gostavam do que ele criava em seus lambe-lambes e colagens. Segundo Guimarães, ele primeiro viu as manifestações artísticas como um meio para ser aceito socialmente e, depois, percebeu que poderia viver da arte. Hoje, é considerado um dos nomes de maior projeção da street art do país.

Autodidata, foi em 2004, quando foi selecionado para expor suas obras no 15º Salão Paranaense de Paisagem, Museu de História e Arte, em Maringá, que começou a levar o trabalho mais a sério. Em 2005, nasceu sua primeira exposição individual, começou a vender suas obras e não parou mais.

Para viver da arte, Guimarães conta que a estratégia é ser diverso. O artista multidisciplinar transita entre artes visuais, música, dança, teatro e performances, e já produziu murais coloridos em mais de 27 países.

Em entrevista à RICtv, para a série especial para a semana da Consciência Negra ‘Aqui é Meu Lugar’, Rimon Guimarães relata que o racismo estrutural está presente em todas as áreas. “Já senti lugares que eu não conseguia ultrapassar e não sabia o porquê, e depois analisando bem é o racismo estrutural que já está dentro da nossa sociedade e ele permeia todas as áreas”, diz.

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“Sendo brasileiro, na história que existe no Brasil, respinga nos dias de hoje. A gente está falando de consciência negra, e a consciência é saber que isso existe, que isso é um reflexo do que já aconteceu na história do nosso país e a gente não pode esquecer”, detalha. “O que aconteceu no Brasil colônia reverbera nos dias de hoje e a gente está tentando arrumar isso de alguma forma”.

O artista afirma que combate o racismo através de sua arte. “Eu acho que com a minha arte eu posso mostrar minhas ideias, com as minhas atitudes também, e assim mudar alguma coisa no subconsciente, na sensibilidade que a arte faz, como a arte não é direta, tem submensagens dentro dela, eu tento atingir o público assim. Por exemplo, exaltando personagens negros dentro da minha pintura. Então isso, de alguma forma, já muda o que a história da arte diz, que tem sempre representações de pessoas brancas, sempre exaltando pessoas brancas e o negro em segundo plano. Então eu coloco em primeiro plano”, diz Guimarães.

Veja a entrevista de Rimon Guimarães à RICtv na íntegra:

Série ‘Aqui é Meu Lugar’

A série ‘Aqui é Meu Lugar’ entrevista artistas do cenário paranaense e vai ao ar na semana da Consciência Negra, de segunda (18) a sexta-feira (22).

A cada dia, a série mostra a história destes profissionais que sobrevivem da arte e, acima de tudo, enxergam o espaço ocupado como forma de resistência. A ideia da produção é propor o debate sobre consciência negra e racismo estrutural a partir da arte, circulando pela dança, música e artes visuais.

A série é apresentada pela jornalista Ana Vaz, com imagens de Luan Santiago, produção de Paula Girardi e edição de Rhuan Cachel.

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