Chuva no RS: estado confirma mais duas mortes por leptospirose

As vítimas são moradores do município de Cachoeirinha e da capital

por Redação RIC.com.br
Com informações da Agência Brasil
Publicado em 24 maio 2024, às 10h53.

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou mais duas mortes por leptospirose relacionadas às enchentes registradas no estado. As vítimas são dois homens, de 56 e 50 anos, moradores do município de Cachoeirinha e da capital, Porto Alegre.

Outras duas mortes relacionadas às enchentes aconteceram no RS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Em nota, a secretaria informou que a confirmação se deu após resultado positivo de amostras analisadas pelo Laboratório Central (Lacen) do estado. O óbito do residente de Cachoeirinha ocorreu em 19 de maio. Já a morte do morador da capital ocorreu em 18 de maio. Os outros dois óbitos registrados anteriormente e relacionados ao período de enchentes aconteceram nos municípios gaúchos de Venâncio Aires e Travesseiro.

Há ainda quatro mortes em investigação para a doença nas cidades de Encantado, Sapucaia, Viamão e Tramandaí. Apenas em maio, o estado já confirmou 54 casos da doença. Há registros de outros casos de óbitos, que aconteceram antes do período de calamidade pública no Rio Grande do Sul. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2024, até 19 de abril, foram contabilizados 129 casos e seis óbitos. Já em 2023, foram 477 casos e 25 óbitos.

“Mesmo que a leptospirose seja uma doença endêmica, com circulação sistemática, episódios como alagamentos aumentam a chance de infecção. Por isso, é importante que a população procure um serviço de saúde logo nos primeiros sintomas: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios”, destacou a secretaria.

O que é a leptospirose

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados, que pode estar presente na água ou lama de locais com enchente. O contágio pode ocorrer a partir do contato da pele com água contaminada, além de mucosas. Os sintomas surgem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação, podendo chegar a 30 dias.

“Considerando o atual cenário de chuvas e cheias em várias regiões do estado, casos suspeitos oriundos de área de alagamento e com sintomas compatíveis com leptospirose devem iniciar tratamento medicamentoso imediato. Quando possível, deve-se coletar uma amostra a partir do sétimo dia do início dos sintomas para envio ao Lacen”, destacou a secretaria.

O tratamento com o uso de antibióticos deve iniciar no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde. Para casos leves, o atendimento é ambulatorial. Em casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. Os médicos não indicam a automedicação.

“Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.”

Desinfecção para prevenir leptospirose

Em locais invadidos por água de chuva, a recomendação da secretaria é fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água.

Outras medidas de prevenção são: manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados, manter a cozinha limpa sem restos de alimentos e retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer.

Além disso, manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais ajudam a evitar a presença de roedores. A luz solar também ajuda a matar a bactéria.

Desde o início das enchentes, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde monitora doenças, assim como agravos relacionados a esse tipo de calamidade. Até esta quinta-feira (23), houve a notificação de 1.140 casos de leptospirose, dos quais 54 já tiveram confirmação. Além disso, um caso de tétano acidental, 83 casos em que houve necessidade de administrar o esquema antirrábico e 27 acidentes com animais peçonhentos.

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