Em todo o Paraná, muitas pessoas estão indo às farmácias com receitas e voltando de mãos vazias. Em Cascavel no Oeste do Estado, a situação não é diferente, atualmente mais de 100 medicamentos estão em falta em algumas redes de farmácias da cidade.

Antialérgicos, descongestionantes nasais, xaropes para tosse, antibióticos, antigripais estão entre os medicamentos que sumiram das prateleiras. Alguns, muito tradicionais, como dipirona e paracetamol. 

Segundo a rede de farmácias consultada pela equipe do Jornalismo do Grupo RIC, o reflexo nas prateleiras tem como principal motivo a falta de insumos. A indústria farmacêutica não está conseguindo atender a demanda, que aumentou muito por conta de problemas respiratórios (resfriados e gripes) e também devido ao novo pico de Covid.

Outro aspecto que contribui para a “escassez” é o reflexo da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e também o período em que a China ficou em lockdown. O país é o principal fornecedor para o mundo de insumos. Com a entrega da indústria reduzida, e a necessidade do varejo em alta, o resultado são buracos nas prateleiras.

Em Cascavel alguns medicamentos que são considerados básicos acabam em poucas horas, assim que são repostos. Veja a listagem dos 20 principais produtos que estão faltando nas farmácias privadas:

  • Amoxicilina
  • Allegra D e pediátrico
  • Celestamine
  • Clavulin
  • Coristina D
  • Dipirona sódica
  • Seki xarope
  • Venvanse
  • Vick Xarope
  • Citalopram
  • Multigrip
  • Nimesulida
  • Vick Vaporub
  • Cetoprofeno
  • Ibuprofeno
  • Paracetamol (adulto e infantil)
  • Carbocisteína
  • Tylenol Sinus
  • Desloratadina
  • Azitromicina

A falta de medicamentos não afeta só a rede privada, mas a pública também. Segundo, Miroslau Bailak,  secretário de Saúde de Cascavel, o principal medicamento que está em falta na Capital do Oeste é o Tamiflu, antiviral utilizado para o tratamento da Influenza influenza A e B, incluindo dos vírus Influenza A H1N1 ou H3N2.

“ Este está em falta, por falta de matéria prima. Esse remédio é distribuído pelo Ministério da Saúde. Nós recebemos esses dais 500 unidades, que devem estar terminando, estamos utilizando apenas para nossos serviços de urgência, mas deve chegar mais, porque a indústria já avisou que já está começando a produzir.”

Miroslau Bailak – Secretário Municipal de Saúde

Ainda segundo Miroslau, a população não precisa se preocupar com a “falta” de medicamentos. Segundo o secretário, o município tem a substituição em caso de falta de algum remédio específico.

“ É claro que na rede pública também faltam medicamentos. A gente compra uma grande quantidade de medicamentos com a pretensão de utilização até seis meses, porém o remédio também tem seu tempo de validade. Nós compramos o que é ideal, esse ideal também acabou.

O médico é um profissional habilitado a utilizar um outro medicamento que se utiliza na praça tanto na rede privada, como na particular, quanto na rede pública. A população não vai ficar sem medicamento para sua doença.”

Miroslau Bailak – Secretário Municipal de Saúde

Em relação a falta do Tamiflu, a Sesa encaminhou uma nota informando que o medicamento Oseltamivir (Tamiflu) faz parte do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica, ou seja, é financiado e adquirido pelo Ministério da Saúde (MS), sendo distribuído aos estados para posterior envio aos municípios.

O MS está distribuindo o medicamento em parcelas devido ao atraso na produção por falta de insumos no fabricante, com previsão de regularização durante o mês de julho.

O que diz a Sesa 

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio do Centro de Medicamentos do Paraná (CEMEPAR), informou que adquire medicamentos exclusivamente para abastecimento da rede hospitalar própria sob gestão direta da Secretaria, considerando o elenco padronizado para atendimento dessas unidades.

Em caso de falta, a Sesa/PR adota como prática orientar a substituição de medicamentos que se encontram com problemas de abastecimento por outras opções terapêuticas cujo fornecimento esteja regularizado.

É importante salientar que vários são os medicamentos que fazem parte do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF), cuja responsabilidade pela aquisição é das Secretarias Municipais de Saúde para posterior dispensação no nível ambulatorial por meio das Unidades Básicas de Saúde e abastecimento das Unidades de Pronto Atendimento.

A secretaria afirma que o monitoramento da disponibilidade de medicamentos na rede privada de saúde  (farmácias e hospitais) não é de competência da SESA/PR.

O que diz o Ministério da Saúde

Em nota, o Ministério da Saúde informou que trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelo SUS.

A pasta trabalha, em conjunto com Anvisa, conselhos municipais e estaduais de saúde e representantes das indústrias farmacêuticas, para verificar as causas e articular ações emergenciais para mitigar o desabastecimento dos medicamentos no país.

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28 jun 2022, às 12h04. Atualizado às 12h28.
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