ÁUDIOS: Vereador do Paraná é alvo de ataques racistas em grupo de WhatsApp; ouça

Publicado em 23 fev 2022, às 11h38.

O vereador Luizinho Tavares (MDB), do município de Engenheiro Beltrão, noroeste do Paraná, foi alvo de ataques racistas em um grupo do WhatsApp. Áudios com as ofensas direcionadas ao vereador foram compartilhados pelo aplicativo de mensagens.

O vereador, que está no quinto mandato na Câmara da cidade, começou a receber os ataques após questionar a contratação de servidores pela prefeitura. A prefeitura precisou dispensar os servidores e o prefeito, Adalmir José Garbim Junior (PSL), realizou uma ‘live’ sobre o assunto. Logo depois, as ofensas racistas começaram a circular em um grupo formado por moradores e também servidores públicos da cidade.

Ouça os áudios

Em um dos áudios, um homem incita a violência contra o vereador. “Tem que ‘coxar’, turma. Tem que pegar esse ‘nego’. (…) Isso aí tem que juntar essas 70 pessoas e ir na casa dele lá, onde ele tiver, mas dar um couro, tem que quebrar ele, tem que quebrar. Largar ele quebrado, pendurado lá naquela Santa Casa de Campo Mourão. Vagabundo não ajuda ninguém”, diz o áudio.

Em outra mensagem, as ofensas continuam. “Tinha que pegar esse preto aí, rapaz, dar um jeito nele. Enfia dentro de um saco de lixo, ‘ponhar’ ele dentro de um barril com água, assim. E a hora que ele ficar branco, tirar ele. O que que esse preto trouxe de bom para Engenheiro Beltrão? (…) Esse preto aí não vale nada. Esse preto é troco de bosta. A bosta é mais limpa que ele”.

Investigação

O vereador levou os materiais para a Polícia Civil, que conseguiu identificar treze autores suspeitos pela prática dos crimes de injúria, injúria racial, difamação, calúnia e possível incitação à prática de crimes.

Em vídeo, o prefeito afirmou que não incitou violência, preconceito ou ato de racismo. “Não compactuo com nenhum tipo de violência, nenhum tipo de racismo ou qualquer tipo de preconceito. Quando fiz a ‘live’, fiz com o único intuito de esclarecer o que estava acontecendo. De forma alguma incitei qualquer funcionário ou cidadão beltrãoense a agir de forma errônea ou que cometessem crimes”, disse Adalmir.

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