Baleado por policial federal em posto recebe alta: "Ouvi o segundo disparo e vi que foi em mim"

por Redação RIC.com.br
com informações de Rudnei Vieira, da RICtv
Publicado em 4 maio 2022, às 19h00. Atualizado às 19h01.

O músico Matheus Coelho, um dos quatro baleados por um policial federal em um posto de combustíveis em Curitiba, recebeu alta nesta quarta-feira (4). Ele contou como foi a situação, que ocorreu na madrugada de segunda-feira (2), no bairro Cristo Rei.

Câmeras de monitoramento flagraram o policial federal Ronaldo Massuia da Silva atirando contra as vítimas encurraladas na loja de conveniência. O fotógrafo André Luiz Fritoli, de 32 anos, morreu por causa dos tiros. Das outras duas pessoas atingidas, uma permanece internada.

Matheus Coelho ficou três dias internado e ainda tem dificuldade para caminhar. O rapaz, que foi o primeiro baleado pelo policial, está com uma bala alojada nas costas.

“Na hora que me joguei no chão pra gente se proteger foi que ouvi o segundo disparo e vi que foi em mim”,

recordou-se o músico.

Coelho contou que tinha por hábito frequentar o posto com a namorada dele, que mora próximo ao local. Eles foram comprar lanches e voltariam para comer na residência. Naquele dia, o casal chegou, fez o pedido e estavam indo para a fila do caixa quando começou a confusão com o policial federal e o segurança do posto.

“O policial estava perguntando, acredito que era pro segurança, se ele era policial militar. Ele empurrou, não lembro se foi o segurança ou o amigo dele, o cara revidou com um soco. Aí foi nesse momento que o policial meio que parou e saiu. No que saiu, eu puxei minha namorada de volta para pagar e fiquei de olho. Nisso, ouvi ele falando que ia pegar a pistola”, contou.

Sem saber de onde vinham os tiros, Coelho, a namorada e outras pessoas se jogaram no chão. Porém, ele acabou sendo atingido nas costas.

“Achei que tinha sido uma bala perdida ou ricocheteado. Senti, virei, e vi que tava sangrando”,

afirmou o músico.

A namorada da vítima não se feriu. Logo após ser atingido, o rapaz e a namorada se abrigaram do lado de dentro do caixa até a chegada do socorro.

“Minha perna está mexendo, todos os dedos. Agora é só esperar que daqui uns 30 dias volto para fazer exame e ver se vão remover a bala ou não”,

explicou o músico.

O policial federal teve a prisão preventiva – por tempo indeterminado – decretada pela Justiça. Na terça-feira (3), ele foi transferido da sede da PF para o Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais, na região da capital. Os advogados que defendem ele afiram que o policial não sabia o que estava fazendo após um surto.

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