Contrabando e descaminho: quadrilha que importava cabelo humano é alvo da PF

Publicado em 22 mar 2022, às 10h05. Atualizado às 10h27.

Uma ação conjunta entre a Receita Federal e a Polícia Federal foi desenvolvida na manhã desta terça-feira (22) em Foz do Iguaçu, e Curitiba, no Paraná. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens dos suspeitos no valor de R$ 34,8 milhões.

Denominada Operação Janus, a ação tem como objetivo combater uma organização criminosa suspeita de operações de Lavagem de Dinheiro, Sonegação Fiscal, Contrabando e Descaminho. Dois mandados foram cumpridos em Foz e um na capital do Paraná, Curitiba. Um dos suspeitos de participar do grupo criminoso é servidor da Polícia Federal.

A polícia identificou que o grupo praticava lavagem de dinheiro utilizando empreendimentos de construção civil e bens em nome de terceiros. Parte do recurso lavado se originava de atividades ilícitas vinculadas a operações financeiras supostamente ilegais, executadas por integrantes que exerciam a atividade de “doleiros” no Paraguai. Os recursos também seriam provenientes de sonegação fiscal, contrabando e descaminho de cabelos humanos.

Cabelo ilegal

Durante as investigações, a polícia identificou que o cabelo humano era importado da Índia com valor abaixo ao praticado no mercado, por meio de empresas, por pessoas que agiam com o nome de outras. A parte não declarada era repassada aos vendedores através de operações cambiais irregulares denominadas dólar-cabo. Os cabelos humanos eram revendidos, no mercado interno, por preços menores.

Da mesma forma, possivelmente, essa mercadoria era importada da Índia pelo Paraguai, de onde seria descaminhada para o Brasil. Os pagamentos dessas operações, identicamente, faziam uso de operações financeiras ilegais envolvendo doleiros e contas em nome de pessoas, que agiam em nome de outras.

Operação Janus

Na mitologia romana, Janus é a divindade bifronte (duas faces) que mantém uma delas voltada para frente e a outra para trás. Considerando que a imagem do Deus está ligada olhares distintos, analogicamente, atribuiu-se a mesma ideia ao principal investigado, que exercia, aparentemente, dois papéis antagônicos: o lícito e o ilícito.

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