Coordenador do Gaeco revela detalhes de operação que investiga delegado Matheus Laiola

por Daniela Borsuk
com informações de Thais Travençoli, da RICtv
Publicado em 19 jul 2022, às 14h07.

Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR), deu entrevista para a RICtv nesta terça-feira (19) e detalhou a operação que investiga Matheus Laiola, delegado da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente em 2019. Conforme Batisti, uma denúncia anônima deu início às apurações da equipe.

De acordo com o coordenador do Gaeco, a denúncia é de que aconteciam “acertos” na delegacia em investigações policiais não formalizadas.

“Foi uma denúncia anônima dando conta de que estariam existindo acertos na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Citava também a referida denúncia um caso específico e mencionava nome de investigador. Nós fizemos uma inicial apuração, confirmamos que os investigadores atuavam, confirmamos que na oportunidade tinham se dirigido a certo local para entregar notificação. Isso foi respaldado posteriormente quando da busca e apreensão do celular do empresário o qual continha uma notificação expedida e que tinha sido recebida pelo funcionário do empresário. O que nós constatamos também é que disso não houve formalização de investigação, ou seja, se tratava de uma investigação a parte, marginal”, explicou Batisti.

Os fatos investigados ocorreram em fevereiro de 2019 e envolvem o então delegado-chefe da unidade, Matheus Laiola, e três investigadores ligados à Delegacia na época – dois deles já se aposentaram, e o terceiro está atualmente em outra delegacia. Um quarto investigador já tinha sido alvo de mandado de busca na primeira fase da operação. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Curitiba.

“As pessoas trabalhavam na delegacia, um era delegado e os demais investigadores, e os nomes deles apareceram nas tratativas e no recebimento, suposto recebimento, dos R$ 10 mil dos R$ 50 mil inicialmente solicitados nessa situação, principalmente ligada a prisão do funcionário do posto”

contou Batisti.

As investigações do Gaeco apuram possível crime de concussão (crime praticado pelo servidor público que usa de sua função para exigir vantagem indevida). A pretexto de haver irregularidades em um dos postos de combustíveis de uma rede, o grupo teria apreendido um funcionário do posto, encaminhando-o à Delegacia, onde o teriam retido por cerca de seis horas numa sala, exigindo inicialmente R$ 50 mil para liberá-lo – quantia depois diminuída para R$ 10 mil e que teria sido paga em dinheiro pelo dono do posto ao grupo de policiais para o funcionário ser liberado.

Segundo o coordenador do Gaeco, o “acerto” em questão seria para evitar penalidades previstas em lei. O empresário, proprietário de um posto de gasolina e que teria sido alvo desta investigação não formalizada, argumentou que o incidente notificado pelos investigadores da delegacia não geravam riscos ao meio ambiente.

“Isso tudo para evitar, principalmente, uma autuação, pois a notificação afirmava irregularidades no posto. Segundo o próprio engenheiro que tratava desses assuntos de meio ambiente do posto, tratava-se de um problema incidental que não tinha repercussão na rede de meio ambiente, principalmente de esgoto”, disse Batisti.

Em nota, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) informou que acompanha as investigações, leia na íntegra:

A Polícia Civil do Paraná participou do cumprimento dos mandados de busca referentes a investigação do Gaeco, nesta terça-feira (19). A Corregedoria da PCPR conduz as investigações de cunho administrativo para apurar eventuais infrações por parte dos servidores. A PCPR pauta suas ações na retidão ética e técnico-profissional, não compactuando com desvios de conduta.

O que o delegado Matheus Laiola diz sobre investigação

“Recebi na manhã desta terça-feira (19),  agentes do Ministério Público na minha residência. Muito estranho, pois os motivos da visita não tem qualquer relação direta comigo. São fatos ocorridos há quase 3 anos e coincidentemente no período que me afastei da chefia da DPMA e me tornei pré-candidato a Deputado Federal […] Sempre colaborando com qualquer investigação, entreguei os objetos solicitados. Reforço que estou sereno e confio plenamente na Justiça, no entanto, não iremos ficar calados diante de tal denúncia que partiu de pessoas maldosas e que nada fizeram pelo bem da comunidade”, afirmou em uma postagem nas redes sociais.

O advogado responsável pela defesa de Laiola também emitiu uma nota oficial sobre o caso. Em documento assinado pelo advogado Ygor Nasser Salah Salmen, a equipe classificou a operação da Polícia Civil do Paraná como “desastrosa”, com base em “falácias”. Confira a nota completa:

A defesa técnica do Dr. Matheus Araujo Laiola, Delegado de Polícia, coordenada pelo advogado criminalista Dr. Ygor Nasser Salah Salmen, vem a público esclarecer que está tomando todas as providências cabíveis para restabelecer a verdade, diante de uma desastrosa operação, deflagrada com base em uma denúncia anônima realizada há 5 (cinco) anos. É importante destacar ainda que tal denúncia anônima, além de ter sido feita há meia década, sequer menciona o nome do Dr. Matheus Laiola. Não fosse o bastante, referida denúncia é alvo de questionamentos perante o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Os fatos descritos acima causam estranheza e perplexidade à defesa. Uma operação deflagrada com base em falácias, sem materialidade ou fato atual, tendo como alvo um Delegado de Polícia, que sequer é mencionado na denúncia, de reputação ilibada, dedicado à causa animal e a servir e proteger a sociedade. O período eleitoral se aproxima, o Dr. Matheus Laiola é um forte candidato a uma vaga na Câmara Federal e, francamente, esperamos que o ocorrido não tenha qualquer relação com tais fatos. Confiamos plenamente no Poder Judiciário e no reconhecimento de sua inocência.”

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