por Guilherme Fortunato
com colaboração de Guilherme Becker e informações de Beatriz Frehner, da RICtv

O desaparecimento de Leandro Bossi teve novidade depois de 30 anos. A Secretaria de Estado da Segurança Pública convocou nesta sexta-feira (10), no bairro Batel, em Curitiba, uma coletiva de imprensa para apresentar novidades sobre o caso. Durante a coletiva, foi revelado que o material genético de uma ossada tem 99,99% de compatibilidade com o da mãe de Bossi.

De acordo com a secretaria, foram enviadas em 2021 oito amostras ósseas para Brasília. Também foram coletadas amostras genéticas de três mães, entre elas estava a de Paulina Bossi, mãe de Leandro. Foram feitas análises de DNA por meio de vários procedimentos. Um confronto das amostras apontou compatibilidade de praticamente 100% da mãe do menino com os fragmentos encontrados.

Durante a coletiva, a Polícia Civil não apresentou detalhes sobre a investigação comandada pelo Ministério da Justiça. Também não foi informado onde e quando a ossada foi encontrada.

Um dos investigadores revelou que o resultado que praticamente garante a compatibilidade foi coletado no primeiro fragmento ósseo. De acordo com os agentes o exame será confrontado nos outros fragmentos encaminhados para Brasília.

Ao final da coletiva, a delegada Patrícia Nobre da Paz, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), negou-se a responder aos repórteres sobre onde estão os restos mortais do garoto e também sobre qual ossada foi analisada.

Em nota, o Governo do Paraná informou que a “novidade do caso é a elucidação do desaparecimento” e que o inquérito foi arquivado há 30 anos pelo Ministério Público. “Informações complementares sobre o caso dependem do acesso ao inquérito”.

Ainda na nota, o governo informou que o fragmento utilizado para análise estava na Polícia Científica, mas não detalhou desde quando.

O Ministério Público foi questionado, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

Relembre o caso

Leandro Bossi, de 7 anos, desapareceu na cidade de Guaratuba, no litoral do Paraná, em 15 de fevereiro de 1992. O caso do menino de olhos azuis ganhou repercussão devido a outros eventos com crianças que aconteceram na mesma época na região, incluindo o caso de Evandro Caetano, que ganhou repercussão nacional.

Bossi desapareceu durante um show do cantor Moraes Moreira, que foi realizado em Guaratuba. De acordo com informações, o menino não estava acompanhado dos pais no evento – a mãe estava trabalhando e o pai pescando em alto mar.

A família de Leandro Bossi nunca desistiu da busca pelo filho, porém, nunca mais teve informações sobre o paradeiro da criança. De origem humilde, o pai do menino, João Bossi fabricou uma faixa e sempre realizava manifestações pela cidade em busca de solução para o caso do filho. Em abril de 2021, o pai do garoto faleceu.

Nesta sexta-feira (10) a Polícia Civil do Paraná informou aos familiares de Leandro Bossi sobre a compatibilidade do material genético de Paulina Bossi com os fragmentos ósseos localizados pela Polícia Científica. Segundo os próprios policiais, a família ficou bastante emocionada com o resultado.

10 jun 2022, às 16h28. Atualizado às 20h10.
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