Frases racistas aparecem em banheiro da UEL: "negros são burros"
Escritas racistas, de apologia ao nazismo e ao fascismo foram encontradas na Universidade Estadual de Londrina (UEL), norte do Paraná. As frases estão no banheiro masculino do departamento de Geociências do Centro de Ciências Exatas (CCE) e foram denunciadas pelos alunos da instituição. Entre as escritas, estão ofensas como “negros são burros”.
O caso veio à tona na terça-feira (3), quando uma página sem vínculos com a universidade denunciou a situação, ao publicar imagens enviadas por um seguidor. Na noite desta quarta-feira (4), foi emitida nota assinada por 20 departamentos e núcleos da UEL, incluindo o Colegiado do Curso de Geografia, repudiando os insultos escritos na cabine.
“Não podemos permitir que tais expressões da violência firam as pessoas negras, os Direitos Humanos e tomem corpo na universidade atingindo princípios democráticos e de defesa da diversidade”,
consta na nota assinada por 20 núcleos e departamentos.
“Não às cotas” e “negro can die“, que significa “pode morrer” em tradução livre, também consta entre as frases. Até o fechamento desta matéria, não havia suspeita de quem teria escrito.
A reportagem do RIC Mais entrou em contato com a UEL, que se manifestou por meio de nota afirmando que “rechaça qualquer atitude de conteúdo racista e destaca que todos os esforços serão empreendidos para que práticas racistas não voltem a ocorrer no ambiente universitário”.
“A respeito da manifestação discriminatória e de conteúdo racista identificada esta semana em um dos sanitários do Centro de Ciências Exatas (CCE), a Coordenadoria de Comunicação informa que a Prefeitura do Campus Universitário foi comunicada sobre a existência dos escritos. Informa, ainda, que já foram registradas denúncias junto à Ouvidoria, que resultaram em processos internos para averiguação, seguido de análise de imagens das câmeras de segurança da Prefeitura do Campus (PCU)”,
diz a nota enviada pela UEL.
Em março deste ano, durante as eleições à reitoria, a universidade registrou boletim de ocorrência sobre um cartaz. De acordo com a instituição, a colagem estava “incitando violência” ao exibir a frase “morte ao candidato a reitoria fascista”.
O crime de injúria racial, que caracteriza ofensa à dignidade de alguém, está previsto no parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal. A pena varia de um a três anos de reclusão. Crimes de racismo, uma ofensa contra uma coletividade, como é o caso, estão previstos na Lei 7.716/1989 e podem chegar até a 5 anos de reclusão.