Menino baleado em trapiche de Paranaguá não mexe os braços e as pernas

por Redação RIC.com.br
com informações de Daniel Santos, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 1 dez 2021, às 18h06. Atualizado em: 16 mar 2022 às 14h20.

Um menino de 12 anos que está entre as vítimas baleadas no Trapiche do Tião, no bairro Beira Rio, em Paranaguá, no litoral do Paraná, permanece internado com a bala alojada no pescoço e não consegue mexer os braços e as pernas. O crime ocorreu na tarde da terça-feira (30). 

De acordo com Ana Caroline Lima, mãe de Kauan Victor Moura Cardozo, o filho deve passar por uma cirurgia na próxima sexta-feira (3), no Hospital do Trabalhador, na capital. 

“O Kauan está lá não se operou ainda, vai ser operado talvez sexta para tirar a bala que está alojada no pescoço. Ele está sem os movimentos das pernas e ele não está movimentando os braços também”,

contou a mãe. 

Ela ainda explicou que os médicos só poderão dar um parecer sobre as sequelas do ferimento depois da operação. “Os médicos falaram que depois da cirurgia, eles vão ter um laudo fechado do que vai acontecer com ele. Eles também falaram que depois ela vai para um outro hospital, onde vai começar a fazer outros tratamentos com fisioterapia e fono porque ele vai precisar de tudo isso”. 

Kauan foi baleado, junto com outros dois amigos, quando os três estavam no trapiche para nadar. O adolescente Luiz Gustavo Fernandes Maia, de 14 anos, foi ferido com um disparo de arma de fogo nas costas e foi retirado já morto do Rio Emboguaçu. Enquanto as outras duas vítimas, de 17 e 22 anos, foram levadas para o hospital em Paranaguá e já receberam alta.

Conforme testemunhas, dois criminosos chegaram em bicicletas e passaram a atirar na direção de alguns adultos que estavam nas proximidades. No entanto, os verdadeiros alvos conseguiram correr e os menores de idade acabaram atingidos.

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Violência no litoral

O litoral do estado vive uma crescente de violência alimentada por disputas relacionadas ao tráfico de drogas. Somente no mês de novembro, pelo menos 18 pessoas foram executadas e outras quatro, excluindo as crianças do trapiche, ficaram feridas por estarem perto dos alvos de criminosos no momento dos crimes. 

Em outubro deste ano, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prendeu 17 pessoas durante uma operação contra o tráfico na região. Mas as detenções não foram o suficiente para frear a criminalidade a que toda população está exposta

Segundo o secretário da Segurança Pública do Paraná, Cel. Rômulo Marinho, o estado enfrenta dificuldade para lutar contra os criminosos locais devido ao efetivo reduzido. 

“Nós estamos levantando recursos humanos para trabalhar, para desvendar o tráfico de drogas porque na pandemia a droga aumentou. Nós já identificamos grupos locais, são grupos locais que estão buscando espaço no tráfico de drogas, buscando espaço onde vender a sua droga e isso está gerando um mal-estar, isso está gerando exatamente essas brigas que culminou com um grupo que está desarticulado. Basta ver que eles foram tentar atingir outras pessoas e acabaram atingindo as crianças e logo vamos dar uma pronta resposta para a sociedade e principalmente para a população do litoral”,

disse o secretário.