'Trafigata' violou monitoramento eletrônico pra se manter viva, diz advogado

Publicado em 10 fev 2022, às 20h46.

Camila Marodin, a “Trafigata”, foi presa novamente na manhã desta quinta-feira (10) em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, porque violou as regras do monitoramento eletrônico. Mas, conforme seu advogado, Cláudio Dalledone, Camila precisou sair do raio de monitoramento onde ela estava permitida a circular porque precisou fugir de ameaças de morte.

Camila foi presa em novembro do ano passado em Matinhos, no litoral do Paraná, por envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Mas logo ela conseguiu liberdade provisória, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, e deveria cumprir a medida em Piraquara.

A Justiça pediu nova prisão de Camila, esta semana, porque ela saiu seis vezes da área de monitoramento. Numa das ocasiões, passou quatro dias fora da área, sem contar as nove violações por deixar a tornozeleira descarregada. No dia 1.º de fevereiro, Camila sofreu um atentado quando chegava em casa junto com um amigo, Paulo Sérgio Veiga de Almeida, de 25 anos, que foi baleado, mas sobreviveu. Paulo tinha sido preso em novembro, junto com ela, em Matinhos.

“As violações do monitoramento da tornozeleira de Camila Marodin, que ensejou o pedido de prisão, se devem pela busca frenética dela se manter viva. O atentado sofrido por Camila Marodin, que é objeto de investigação das forças policiais do Paraná, foi uma das situações de ameaça de morte que ela enfrentou. A defesa de Camila Marodin confia no trabalho da Polícia Militar e da Polícia Civil do Paraná para identificar e prender os autores e possíveis mandantes da tentativa de homicídio contra ela”,

disse o advogado da “Trafigata”, em nota, sem informar se vai pedir nova liberdade para ela.

Camila passou a ser chamada de “Trafigata” depois do assassinato de seu marido, Ricardo Marodin, no dia 7 de novembro do ano passado. Eles saíam do aniversário do filho deles, num buffet infantil de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, quando Ricardo foi executado a tiros na frente do local.

Desde então, diz a Polícia Civil, Camila teria assumido o cargo e passou a chefiar todo o esquema de tráfico de drogas que ele comandava. Por isto, ela foi presa semanas depois.