VÍDEO: Indígena é agredida e jogada pelos cabelos para fora de carro de aplicativo

Publicado em 23 abr 2022, às 18h20. Atualizado em: 25 abr 2022 às 10h28.

Uma mulher indígena de 33 anos foi agredida por um motorista de aplicativo, na tarde de quarta-feira (20), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Além de xingá-la de “indígena piranha” e “pé de barro”, ele a retirou à força do carro, puxando-a pelos cabelos. A jovem deu queixa à polícia.

Dayane Padilha, 33 anos, conta que chamou um carro pelo 99Pop em um supermercado do centro de Piraquara. O destino era uma aldeia indígena, um pouco mais afastado da cidade. Conforme Dayane, no meio do caminho, na planta Meireles Sobrinho, quando o motorista viu que pegaria uma estrada de chão, se recusou a continuar a corrida, com medo de estragar o carro. Foi quando o motorista deu meia volta para levá-la ao mercado, onde ela embarcou.

Conforme a vítima, ela questionou o motorista sobre a atitude e disse que era um direito seu ser levada até o destino final, já que estava pagando pela corrida. O motorista não gostou e a chamou de “pé de barro”. Foi quando Dayane começou a filmar tudo com o celular. Nas imagens, o xingamento é claro, além de mostrar um soco que o motorista tentou dar nela. Logo em seguida, o motorista para o veículo, um Argo vermelho, abre a porta e retira Dayane a força.

Pelas imagens confusas, do celular rolando do colo de Dayane para o chão, não é possível ver mais detalhes. Ela diz que o motorista ameaçou chamar o pai dele, que é policial, para tirá-la do veículo. Em seguida, Dayane conta que foi puxada pelos cabelos e se machucou ao cair no asfalto. Ela buscou atendimento médico, que constatou edema no couro cabeludo, fios de cabelo arrancados, além de joelho e pulso ralados.

Assista como foi a agressão:

Depois do atendimento médico, Dayane deu queixa à Polícia Civil do ocorrido e foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal, para exame de corpo de delito. A corrida que ela pegou, no valor de R$ 18,06, foi cobrada normalmente.

O que diz a 99Pop

Em nota oficial, a empresa diz que já baniu permanentemente o motorista da plataforma. Também disse mobilizou ajuda à cliente e que está colaborando com as investigações da polícia. Veja na íntegra a nota da 99Pop:

“A 99 lamenta profundamente o ocorrido com a passageira Dayane Padilha. Assim que tomamos conhecimento, bloqueamos o perfil do motorista permanentemente e mobilizamos uma equipe para oferecer acolhimento à Dayane. A plataforma está disponível para colaborar com as investigações das autoridades locais. Esclarecemos que temos uma política de tolerância zero em relação a qualquer tipo de discriminação e violência e repudiamos veementemente o caso. O respeito mútuo é a base de tudo e é obrigatório para utilização do app.

Na Comunidade 99 há espaço para as diferenças de raças, gênero, religião, orientação sexual, identidade de gênero, idade, classe social, local de moradia, entre outras. Todos os usuários, sejam eles motoristas ou passageiros, devem se tratar com educação, boa-fé e profissionalismo, independente de sua religião, credo ou raça. Em comportamentos como esse, que vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, todas as medidas são adotadas, incluindo o bloqueio do perfil do agressor e apoio às investigações.”

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